Pensei muito sobre o que escrever nessa última edição de 2021 em minha coluna Proseando com Ricardo Souza. Me deu um enorme vazio já que mudanças de ano não significam nada para mim. Muitos esperam ler algo do tipo “promessas para o ano novo”. E se é isso que você espera, pare de ler aqui. Não perca seu tempo. Tempo? Taí um bom tema. Sua relatividade está cada vez mais visível, ainda que continue invisível. Talvez, perceptível seja a melhor palavra. Olho para trás e vejo o quanto já vivi e, olhando para frente, me assusto com o pouco que me resta. Certamente já vivi mais do que irei viver. Então, o que dizer do ano vindouro, que já bate às nossa portas? Caros leitores, ele não existe de fato. É uma criação dos homens. Uma necessidade de estabelecer prazos para institucionalizar as cobranças. O que há de mais importante na vida, não é medido pelos anos velhos ou novos. Mas, as coisas chatas, ah… essas tem os seus prazos que, quando não são cumpridos, acabam em severas punições. O amor tem data? O carinho, a gentileza ou a generosidade tem data? Não. Mas, 2022 criado pelos homens vem aí e já nos preocupa com as consequências políticas que poderão nos levar a grandes problemas institucionais. E tudo isso fará com que nossas preocupações estejam voltadas para aquilo que não importa ao nosso espírito. Iremos esquecer, endurecer, esfriar e cultuar cada vez mais nosso egoísmo. Iremos continuar nossa luta em pagar os impostos, taxas e compromissos nos prazos, esses sim, regidos por datas, prazos e multas. Meu compromisso será sempre comigo e com aqueles que amo. Isso sempre tenho como prioridade. Já o resto, aquilo que é medido pelo tempo dos homens, não tem importância para meu espírito. Acordar todas as manhãs já é uma grande realização. E saber que temos algo para desfrutar até que a noite nos traga o sono, é uma vitória. Portanto, caso você tenha chegado até aqui, me resta agradecer seu tempo lendo aquilo que penso sobre ele, o tempo. E desejar, não um feliz 2022, mas sim um feliz acordar todos os dias que virão. Esses sim, não importando em que ano aconteçam, nos darão a verdadeira sensação de que estamos vivos.
Um beijo grande em todos vocês.
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