A questão do consumo de doces pelas crianças é um grande dilema e uma grande batalha enfrentada pelos pais. Todos nós sabemos os malefícios que causam, mas é muito complicado blinda-los em um mundo onde o consumo de doces e alimentos prontos ou processados é tão elevado. O Ministério da Saúde indica que doces não devem ser oferecidos a crianças menores de 2 anos, como forma de combater a obesidade infantil e outros malefícios a saúde. Além dos doces propriamente ditos uma grande preocupação hoje são os alimentos prontos, como sucos de caixinha, refrigerantes, iogurtes soporizados, biscoitos e etc, que além de toda a carga de conservantes industrializados, carregam uma carga enorme de açúcar em sua composição. Nos bebês esse problema é ainda maior, pois estão começando a sua relação com a comida, e qualquer hábito introduzido tende a se perpetuar. E permitir o consumo de doce, principalmente nesta fase até os 2 anos, tendem a ser um problema ainda maior. Como os pequenos estão iniciando sua relação com a comida, se tiverem acesso aos doces, tenderão sempre a preferi-los em detrimento a outros alimentos saudáveis e necessários ao seu desenvolvimento.
Outro fator importante de não se permitir o consumo antes dos 2 anos é que eles desenvolverão seu paladar com sabores mais naturais. E certamente os pais que optam por essa blindagem são sempre julgados, mas podem saber que todo o sacrifício valerá a pena. No meu caso conseguimos blindar a Sofia quanto ao consumo de doces até pouco mais de 2 anos, e claro que sempre fomos julgados e criticados por muitos. Hoje ele come doce, mas de forma regrada e controlada por nós, já que se torna muito complicado manter o “consumo zero” de doces. E também não se deve proibir, já que as crianças terão no seu convívio social outras crianças que consumirão, e elas terão curiosidade de experimentar. Mas controlar esse consumo é primordial. O diálogo é outra ferramenta muito importante nesse momento, onde devemos explicar a eles os malefícios do consumo excessivo de açúcar, mas também dando o exemplo sempre. Sendo assim, a ideia não é proibir seu filho de consumir, mas ensina-lo a buscar hábitos melhores e que farão diferença em sua vida adulta. Comer doce faz parte da infância de toda pessoa, mas o controle e a busca por uma alimentação mais saudável farão diferença para a vida toda. A educação começa na infância.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.