A pesquisa Intenção de Consumo das Famílias (ICF), realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisa da Fecomércio MG, subiu 0,8 ponto percentual em relação ao mês de maio atingindo 98,9 pontos, quase chegando ao nível de satisfação de 100 pontos.
O índice de perspectiva profissional foi o que mais contribuiu para a oscilação positiva com 138,4 pontos, tendo sido 7,6 pontos acima do que o visto na última pesquisa. Para 67,4% das famílias, a aposta é de que o aumento da renda virá no período de seis meses. Assim, a pesquisa mostra que o consumidor joga para o futuro sua expectativa de consumir já que, no curto prazo, as condições ainda não possibilitam ir às compras.
Otimismo em todos os grupos
A expectativa de aumento da renda é maior entre o grupo das famílias com renda superior a 10 salários mínimos (76,4%), enquanto que, entre as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos, 30,1% não acreditam que haverá melhora e 66,0% acreditam que haverá.
O índice de renda atual da família belo-horizontina sobe 1,6 ponto percentual, acima da pesquisa anterior e 44,8 das famílias avaliam que sua renda está melhor do que no ano passado.
A elevação da renda, porém, não se alinha com o índice de emprego que desacelerou 1,3 ponto em relação a maio, embora seja 16,2 pontos maior se comparada com o mesmo período do ano passado.
Acesso ao crédito e bens duráveis
O aumento de acesso ao crédito também se mostra insuficiente para dar maior gás ao consumo das famílias de Belo Horizonte. O indicador subir meio ponto em relação ao mês anterior. Assim, o nível de consumo está em 75,3 pontos bem abaixo de 100 pontos que indicaria satisfação. Em relação ao ano passado, 51% dizem que estão comprando menos.
O consumo de bens duráveis, que demanda maior desembolso das famílias, teve oscilação negativa em maio caindo de 44 para 42,8 pontos.
Intenção de Consumo das Famílias
Para o coordenador da Fecomércio, David, que analisou a pesquisa, o índice de intenção de consumo alcançou 98,9 pontos percentuais (p.p.), representando o valor mais elevado desde março de 2015. Essa melhoria nas intenções de consumo é resultado de dois fatores principais. Primeiramente, houve uma redução na inflação efetiva, ou seja, os preços dos bens e serviços estão mais estáveis e acessíveis para os consumidores. Isso contribui para uma maior confiança na capacidade de compra e um aumento na disposição para consumir.
Além disso, houve também uma redução no nível de preços esperado para o ano. Quando os consumidores percebem que a inflação está sob controle e que os preços não devem subir de forma significativa no futuro próximo, eles tendem a se sentir mais seguros para realizar gastos e investimentos. Essa redução nas expectativas inflacionárias proporciona um ambiente mais favorável ao consumo, pois as famílias se sentem mais confiantes em relação ao seu poder de compra e planejam suas despesas de forma mais otimista.
É notória a evolução do índice geral de intenção de consumo, rumo à satisfação. Para entender sua elevação, temos que observar as melhorias do cenário econômico junto a percepção das famílias sobre o emprego atual, perspectiva profissional, renda atual sendo os principais pontos de otimismo das famílias de Belo Horizonte. Por outro lado, os pontos que ainda são críticos e devem ser melhorados, são o acesso ao crédito, que depende diretamente da redução de taxas de juros, a flexibilização de exigências para concessão de empréstimos e a criação de programas de crédito subsidiado, isso pode facilitar o acesso dos consumidores aos recursos financeiros necessários para realizar suas compras.
Atualmente, diversos fatores econômicos estão impulsionando a retomada do consumo nos patamares pré-pandêmicos. O aumento de empregos formais tem proporcionado maior renda disponível para os consumidores, gerando confiança e capacidade de arcar com compromissos financeiros. Medidas do governo, como estímulos econômicos e programas de auxílio, têm incentivado o consumo. O término da pandemia e a reabertura de estabelecimentos comerciais têm proporcionado mais oportunidades de compra. Além disso, a estabilidade econômica contribui para a retomada do consumo, criando um ambiente favorável à recuperação econômica e ao aumento do consumo.
Em meio a um cenário econômico promissor, observa-se um aumento na segurança do emprego, com índices otimistas e perspectivas favoráveis para o futuro profissional. A percepção de renda atual também registra uma melhora significativa, impulsionada por medidas governamentais de apoio às famílias de menor renda. Esses fatores contribuem para uma perspectiva positiva de consumo, embora o acesso ao crédito ainda seja um desafio devido aos altos juros. Apesar das expectativas favoráveis, é necessário superar esses obstáculos para uma recuperação plena do consumo.