Alô a todos!
Hoje deixei aflorar meu lado professor, para dar algumas dicas para a sua comunicação. Afinal, somos o que dizemos, expressamos, fazemos.
Como primeiro alerta é bom que você SEJA CLARO E HONESTO. Afinal de contas, comunicação não é o que eu falo ou escrevo, mas o que o outro entendeu daquilo que eu falei. Não me venha com neologismos, falas técnicas como hater, “cêloko, mano do céu, rolê, bora, boto fé, papo reto, cringe, cancelado, pega a visão, lorota, na régua, e uma infinidade de gírias fabricadas pela geração z. Se só estiver em companhias de jovenzinhos, até vale. Mas o melhor é ser honesto até consigo mesmo.
Para não passar vergonha ou, pior: – Não ser entendido. Fale claramente aquilo que quiser (só cuidado pro Xandão não te pegar), escreva de forma a ser entendido por todos: Crianças, jovens, adultos, idosos…
Outra boa dica é SER SIMPLES. Tem gente que acha que falar bem, que escrever bem é falar “difícil”. Falar bem, escrever bem é antes de tudo ser entendido pelo seu ouvinte, pelo seu leitor. Existe uma anedota que se contava sobre Rui Barbosa que é muito curiosa: Dizem que um ladrão entrou na casa do escritor para roubar galinha. Realizado o furto o ladrão pulou o muro e deu “de cara” com Rui Barbosa, que falou: Não o interpelo pelos bicos de bípedes palmípedes, nem pelo valor intrínseco dos galináceos, mas por ousares transpor os umbrais de minha residência. Se foi por mera ignorância, perdoo-te, mas se foi para abusar da minha alma, juro pelos tacões dos meus calçados que dar-te-ei tamanha bordoada no alto da tua sinagoga que transformarei sua massa encefálica em cinzas cadavéricas. E o ladrão todo sem graça perguntou: Mas como é seu Rui, posso levar o frango ou não? – Ou seja, mesmo que você seja MUITO culto, ao falar ou escrever, seja simples.
Leia muito. Muitos se escondem da vida com uma simples desculpa: – “eu não gosto de ler”. E literalmente não leem nada. Dizendo que tem preguiça, que não gosta, que não aprendeu a gostar – enfim, são centenas, milhares de desculpas. Leia como você quiser: – Em partes, sob imersão… Quando eu lecionava para os cursos de M.B.A, a primeira coisa que eu perguntava na sala de aula: é: Quem leu algum livro escrito pelo filósofo Sócrates?
Uma dúzia de alunos em cada turma levantava a mão, como se aquilo fosse um atestado de inteligência. O problema é que Sócrates nunca escreveu um livro. Se você não gosta de ler, leia pelo menos as placas e cartazes da rua. Aliás, uma curiosidade. Você, quando limpa os ouvidos, o faz com que? Cotonete? Pois pergunte ao seu médico ou pelo menos LEIA a caixa de cotonete que você vai ver literalmente: – Não introduza este produto no ouvido. Mas você nunca lê, não é mesmo?
E por último, fale menos e ouça mais. Ouço falar muito em cursos de oratória. Mas nunca vi falar um curso de “escutatória” –. Porque quem fala demais segundo Millôr Fernandes, é chato: Chato é aquele cara que fala de tudo, muito e depois ainda entra em detalhes. Ninguém gosta de quem fala muito. Todo mundo gosta de ser ouvido. Ouça mais, aprenda mais! Fale menos. Muito menos.
Até a próxima semana.
José Francisco Resende
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