Presidente Lula não comparece. Ex-presidente Jair Bolsonaro é aplaudido por argentinos ao chegar na posse.
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, deu início ao seu mandato com um discurso emotivo no Congresso Nacional, marcando um ponto de virada na história do país. Sob a bandeira da mudança, ele destacou a necessidade de deixar para trás décadas de declínio e iniciar um caminho de resistência.
Um novo capítulo para a Argentina
Milei enfatizou o momento como o início de uma era de renovação, paz e prosperidade para os argentinos. Ele destacou o desejo fervoroso de mudança na população e delineou os desafios que estão por vir, enfatizando a importância da paciência diante dos ajustes econômicos necessários.
“Não há alternativa possível que não seja o ajuste. Logicamente isso vai impactar no nível de atividade, emprego, salários reais e na quantidade de pobres e indigentes. Haverá inflação, é certo. Mas não é algo diferente do que ocorreu nos últimos 12 anos”.
Desafios e mudanças econômicas
O presidente apontou a inflação persistente como um dos principais problemas a serem enfrentados e assegurou que o ajuste fiscal relevante será prioridade, principalmente no âmbito público. Ele percebeu a dificuldade inicial desse processo, mas ressaltou que isso será o ponto de partida para a melhoria da situação, oferecendo uma visão otimista de um futuro melhor.
Crise generalizada e compromissos
Milei não se limitou à crise econômica, enfatizando que a crise abrange também áreas cruciais como saúde, educação e segurança. Contudo, expressou confiança na capacidade do novo governo em superar esses obstáculos, afirmando que o país está preparado para enfrentar os desafios.
“Lamentavelmente tenho que dizer uma vez mais: não há dinheiro.”
Promessa de abertura e recepção
Em um gesto conciliatório, o presidente enfatizou sua postura de acolhimento aos opositores políticos e sindicais, declarando abertura para receber os de braços abertos. Essa posição visa a unificação e a construção de um novo cenário político no país.
Rumo à Casa Rosada
Após o discurso, Milei foi saudada pelos apoiadores enquanto seguia em carro aberto para a Casa Rosada. Lá, estava previsto o encontro com líderes estrangeiros, como o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que marcou presença durante o discurso no Congresso.
Representatividade e ausências notáveis
A ausência do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na posse foi notada, sendo representada pelo chanceler Mauro Vieira. Essa ausência marcou uma diferença significativa na representatividade dos líderes regionais no evento.
O discurso de Milei ressalta o tom de mudança e compromisso com a acompanhamento do país, delineando um caminho desafiador, porém otimista, rumo a uma Argentina renovada.
Bolsonaro aplaudido por argentinos na posse de Milei
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi calorosamente recebido pelos argentinos ao marcar a presença na posse de Javier Milei, em Buenos Aires, neste domingo (12/10). Sua chegada foi acompanhada por aplausos, enquanto posava para fotos ao lado de importantes aliados políticos, incluindo Tarcisio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Jorginho Mello (PL), governador de Santa Catarina, e Claudio Castro (PL), governador do Rio de Janeiro.
Representatividade brasileira
Além dos líderes estaduais, também estiveram presentes o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado federal Zé Trovão (PL-SC), formando o grupo que prestigiou o pelotão do novo presidente ultraliberal, que derrotou o peronista Sergio Massa.
Ausências notáveis e representação oficial
O representante oficial do governo brasileiro foi o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que até o momento optou por não fazer declarações públicas. A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na posse de Milei também quebrou uma tradição, assim como o fez Bolsonaro quando Alberto Fernández assumiu o governo argentino em 2019.
Mudança de postura e convite inesperado
Milei, conhecido por declarações polêmicas durante a campanha, havia criticado Lula anteriormente, referindo-se a ele como um “comunista raivoso” e um “socialista com vocação totalitária”, além de afirmar que não faria acordos com governos “comunistas”. No entanto, após a vitória, adotou uma postura mais moderada e inclusiva e estendeu um convite a Lula para a posse.
Ex-presidente Jair Bolsonaro foi recebido com honras de chefe de estado
Apesar de Bolsonaro estar inelegível devido a uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recebeu tratamento cerimonial como chefe de Estado na posse, ocupando um lugar de destaque ao lado de líderes de outros países, como Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.
A comitiva de Bolsonaro, composta por 50 pessoas, marcou presença, demonstrando a importância do evento para o cenário político regional.
O encontro na posse de Milei marcou um momento de representação política e relações diplomáticas entre Brasil e Argentina.