O número de órgãos transportados por aeronaves do Governo de Minas Gerais, por meio do Gabinete Militar do Governador (GMG) e do Comando de Aviação do Estado (Comave) da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), teve um aumento significativo de mais de 140%, passando de 133 em 2019 para 328 em 2023.
Em 2024, até o momento, já foram transportados 81 órgãos, incluindo 17 corações, 26 rins, 25 fígados e 13 córneas.
Esses números refletem histórias de vida transformadas, como a de Rony Fabiano do Nascimento, que recebeu um transplante de coração há dois anos e agora vive uma vida normal, cheia de momentos de alegria e conquistas. Janaína Coelho, que recebeu um fígado em 2022, também testemunha a importância da doação de órgãos, destacando como o transplante lhe permitiu continuar sonhando e realizando planos.
A rapidez no transporte dos órgãos é crucial para o sucesso dos transplantes. O médico cirurgião cardiovascular Felipe Magalhães enfatiza a importância da disponibilidade das aeronaves, que são fundamentais para cumprir os prazos críticos, como as quatro horas necessárias para o transplante de coração.
O MG Transplantes, que integra a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), é responsável por monitorar a lista única de transplantes de órgãos e tecidos, garantindo novas chances de vida aos mineiros. Em 2023, o número de doadores e cirurgias no estado cresceu 20% em comparação ao período pré-pandemia, mas ainda há mais de 7 mil pessoas aguardando na fila por um transplante em Minas Gerais.
O diretor do MG Transplantes, Omar Lopes Cançado, destaca a importância de discutir a doação de órgãos com a família, ressaltando que um único doador pode beneficiar oito ou mais pessoas.
O Comave, da PMMG, com um efetivo qualificado de pilotos e operadores aerotáticos, desempenha um papel crucial no transporte rápido de órgãos, especialmente em um estado extenso como Minas Gerais. O comandante de aeronave, tenente-coronel Luís Fernando Silvestre, destaca a nobreza dessas missões, que são priorizadas desde 2019, quando as aeronaves que antes eram de uso exclusivo do governador passaram a ser usadas para o transporte de órgãos e outras missões emergenciais.
Essa iniciativa precedeu a Lei 14.858/2024, que obriga as empresas de transporte a priorizar o embarque de órgãos, tecidos e partes do corpo humano destinados a transplantes ou tratamentos médicos, consolidando a importância do transporte aéreo na logística de transplantes e salvando vidas.