Infraestrutura da região Sudeste é boa segundo estudo da CNI

O Sudeste é responsável por 52% do PIB industrial brasileiro. Foto: Ministério da Infraestrutura.

Quase 40% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura da região Sudeste como regular, ruim ou péssima.

Foi o que apontou o estudo  Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste lançado, ontem, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento da CNI reúne informações sobre as áreas de transporte, energia, saneamento básico e telecomunicações, bem como propostas para melhorias da infraestrutura nos quatro estados da região.

Este trabalho é o terceiro de uma série de cinco produzidos pela CNI com o objetivo de estabelecer um retrato das condições de infraestrutura nas regiões brasileiras, identificando necessidades de investimento e pleitos do setor industrial.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressalta que o relatório busca contribuir para a melhoria da infraestrutura na região, fator fundamental para o fortalecimento da indústria e da economia. “O setor produtivo brasileiro sente o elevado déficit de infraestrutura e os efeitos da deterioração das condições nessa importante área da economia. Estradas sem conservação, energia cara e restrições para o acesso aos principais portos repercutem diretamente na competitividade da indústria nacional e na atração de investimentos para o país”, afirma Alban.

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O Sudeste é responsável por 52% do PIB industrial brasileiro. Isso reflete em grandes desafios para modernização dos acessos portuários, exploração de petróleo no pré-sal e aproveitamento de fontes renováveis como as hidrelétricas.

“Os maiores problemas de infraestrutura no Sudeste estão associados ao transporte rodoviário e às condições de acesso marítimo aos principais portos. A precariedade das rodovias públicas e o comprometimento da capacidade no Porto de Santos preocupam o setor industrial”, destaca o diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz.

O diretor alerta que a construção de uma agenda de investimentos na infraestrutura é um trabalho complexo, considerando um país de dimensões continentais como o Brasil. “Cada região tem suas particularidades e, portanto, diferentes estratégias devem ser adotadas para atender às necessidades locais, promovendo a eficiência e sustentabilidade dos projetos”, acrescenta Muniz.

De acordo com o estudo, 40% dos empresários do Sudeste apontam a infraestrutura rodoviária da região como regular, ruim ou péssima contra a média nacional de 54%. Os dados indicam que para o Sudeste superar as restrições logísticas é fundamental que sejam priorizadas obras de manutenção, adequação e expansão de corredores logísticos estratégicos, como a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), a BR-381, a BR-116, a BR-101, a BR-262 e a Terceira Via de Ligação entre a Baixada Santista e a Capital Paulista.

Atualmente, o Brasil é o 9º maior produtor mundial de petróleo e a Região Sudeste responde pela quase totalidade da produção nacional. Em 2023, a produção de petróleo nos estados localizados no Sudeste foi de 193 milhões de m³. Nesse período, esses estados foram responsáveis por 98% do total da produção nacional de petróleo. Este alto percentual destaca a importância da região para o setor petrolífero.

Outro ponto de destaque no Sudeste é a movimentação de contêineres. Só o Porto de Santos movimentou 4,3 milhões de Twenty-Foot Equivalent Units (TEUs) em 2023 – 37% do total nacional. O crescimento constante do fluxo de cargas portuárias tem gerado preocupações em relação a eficiência e a capacidade para atendimento da demanda nos próximos anos.

– 36% dos empresários industriais consideram as condições de infraestrutura como regular, ruim ou péssima na Região Sudeste. No Brasil, esse patamar é de 45%.

– No Brasil, 54% dos empresários industriais apontam a infraestrutura rodoviária como regular, ruim ou péssima. Na Região Sudeste, a situação relatada é melhor (40%).

– Cerca de 53% dos empresários industriais consideram a infraestrutura ferroviária como regular, ruim ou péssima na Região Sudeste. No Brasil, essa participação equivale a 52%.

– Na Região Sudeste, 25% dos empresários industriais dizem que a infraestrutura aeroportuária é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, esse percentual atinge 31% dos entrevistados.

– Na Região Sudeste, 35% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura portuária é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, equivale a 34%.

– Na Região Sudeste, 34% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de energia é regular, ruim ou péssima. No Brasil, a situação é a mesma (34%).

– Na Região Sudeste, 45% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de saneamento é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, equivale a 50%.

– Na Região Sudeste, 35% dos empresários industriais afirmam que a infraestrutura de telecomunicações é regular, ruim ou péssima. Já no Brasil, o percentual equivale a 38%.

O “Panorama da Infraestrutura – Região Sudeste” contempla uma série de dados regionais, os quais são confrontados com informações nacionais, de modo que o leitor possa ter um parâmetro de comparação nos diferentes segmentos da infraestrutura.

Veja o estudo completo e as principais propostas da CNI e das federações estaduais das indústrias da Região Sudeste no Confederação Nacional da Indústria (CNI)

 

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