Presidente da AMM defende beneficiamento do lítio e retenção de impostos na região do Vale do Jequitinhonha e Mucuri

Além de agregar valor ao mineral extraído, o beneficiamento pode gerar uma cadeia produtiva robusta
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A criação do APL do lítio tem potencial para transformar a economia local e regional. Foto: Divulgação/AMM.

Criação do Arranjo Produtivo Local (APL) do lítio e reinvestimento de impostos nos municípios têm potencial para transformar a economia regional 

O presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM) e 1º vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Dr. lMarcos Vinicius, defendeu a criação de um Arranjo Produtivo Local (APL) para beneficiar o lítio extraído no Jequitinhonha, durante evento AMM nas Macros, realizado pela AMM, em Teófilo Otoni, na última quinta, dia 30. Ele ponderou, ainda, que parte do imposto arrecadado na região seja reinvestido nos municípios que a compõem.

O evento reuniu 300 pessoas, entre prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários municipais e demais gestores da região. “Já alertamos o Governo do Estado sobre a importância de fazer o Arranjo Produtivo Local (APL) do lítio para atrair as empresas que vão beneficiar a matéria-prima, já que, por enquanto, há apenas extração aqui. Propusemos, também, que parte do imposto arrecadado fique retido na região, só podendo ser investido no Vale do Jequitinhonha e Mucuri, para desenvolver os municípios e beneficiar ainda mais a população”, disse Dr. Marcos Vinicius.

A criação do APL do lítio tem potencial para transformar a economia local e regional. Além de agregar valor ao mineral extraído, o beneficiamento pode gerar uma cadeia produtiva robusta, com a instalação de indústrias que vão desde o processamento até a fabricação de baterias e outros componentes para o mercado tecnológico e veículos elétricos.

Como consequência, haveria geração de empregos diretos e indiretos, estimulando o desenvolvimento de novos negócios e a capacitação de mão de obra local. Socialmente, o APL ajudaria a reverter a histórica desigualdade da região, oferecendo mais oportunidades e qualidade de vida para a população, além de reduzir o êxodo rural e fomentar o empreendedorismo local.

Considerado estratégico para a transição energética, o metal ganhou destaque com o aumento da produção dos carros elétricos, como matéria-prima para as baterias. O Brasil é o 5º maior produtor mundial de lítio e a maior reserva nacional do mineral está localizada nas cidades dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri. Em 2023, o Governo do Estado anunciou a região como Vale do Lítio (Lithium Valley Brazil). O  projeto econômico-social é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.

O lítio brasileiro possui ainda uma característica que o diferencia dos demais e pode beneficiar ainda mais a região que o extrai: o padrão triplo zero, que consiste em menos emissões de carbono, rejeitos e substâncias químicas nocivas. O governo de Minas espera receber até R$ 30 bilhões em investimentos no mineral até 2030, enquanto a demanda mundial pode crescer 1.000% até 2050.

AMM nas Macros

A essência do AMM nas Macros é mobilizar uma equipe multidisciplinar da Associação, acompanhada por especialistas em gestão pública, para promover encontros que integram aspectos técnicos e políticos. Além disso, os encontros apresentam soluções inovadoras e novas ferramentas para as prefeituras mineiras.

 

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