De acordo com a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), analisada pelo Núcleo de Pesquisa & Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte, o indicador permaneceu em um nível satisfatório de 107,1 pontos.
No entanto, em janeiro houve uma queda de 2,4 pontos em relação a dezembro. Apesar desse recuo, a intenção de expandir as contratações segue elevada, ultrapassando os 70% entre as empresas.
O ICEC é composto por três subíndices:
- Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC);
- Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC);
- Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC).
Os empresários entrevistados, tanto aqueles com até 50 empregados quanto os que possuem um quadro superior a esse número, demonstram confiança, com pontuações acima dos 100 pontos. As empresas com mais de 50 empregados registraram um ICEC de 107,3 pontos, enquanto aquelas com menos de 50 empregados alcançaram 101,2 pontos.
Entre os segmentos do comércio, os bens semiduráveis apresentam maior confiança, com 119,1 pontos, seguidos pelos bens não duráveis, com 107,1 pontos. O setor de bens duráveis, no entanto, está abaixo do nível de confiança, com 95 pontos.
Análise da economista Gabriela Martins
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, aponta que a queda na confiança dos empresários do comércio reflete a percepção sobre o atual cenário econômico. Apesar de o ICEC ainda estar em um patamar satisfatório, fatores como o aumento da taxa básica de juros impactam negativamente o setor. O encarecimento do crédito reduz o poder de compra das famílias, afetando principalmente o comércio de bens duráveis e semiduráveis.
Condições atuais da economia, do comércio e das empresas
Em janeiro, o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC) atingiu 80,7 pontos, um leve aumento de 0,3 ponto em relação a dezembro.
A percepção dos empresários sobre a economia é majoritariamente negativa: 72,4% consideram que houve piora, sendo que 36,4% avaliam que a situação piorou muito e 35,9% acreditam que houve uma piora moderada. Apenas 27,6% percebem melhoria na economia.
No setor do comércio, 59,4% dos entrevistados afirmam que as condições pioraram, embora tenha havido uma melhora de 2,0 pontos em relação ao mês anterior. O impacto negativo foi mais acentuado no comércio de bens duráveis.
Quanto às condições das próprias empresas, houve um aumento de 1,5 ponto na percepção negativa em relação a dezembro. A piora é mais expressiva entre empresas com menos de 50 empregados (48,2%), enquanto entre aquelas com mais de 50 colaboradores o percentual é de 42,5%.
Expectativas
O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) alcançou 130,1 pontos em janeiro, demonstrando um nível elevado de confiança, apesar de ser 6,4 pontos inferior ao de dezembro.
A expectativa em relação à economia ficou em 115,1 pontos, enquanto a projeção para o setor comercial atingiu 131,4 pontos. A maior confiança está na expectativa para as próprias empresas, com 143,7 pontos.
Empresas do segmento de bens semiduráveis lideram a expectativa no setor, registrando 149,3 pontos, e também demonstram maior esperança quanto ao desempenho empresarial, com 155,8 pontos.
Contratações, investimentos e estoques
O Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) fechou em 110,6 pontos em janeiro, levemente abaixo dos 111,7 pontos de dezembro. A intenção de contratação continua elevada em todos os portes de estabelecimentos comerciais. Entre empresas com até 50 empregados, 74,2% planejam contratar, enquanto entre aquelas com mais de 50 colaboradores o percentual sobe para 77,3%.
O nível de investimentos está maior para 50,6% das empresas, sendo que nas de maior porte esse percentual chega a 53,2%.
Em relação aos estoques, 63,1% das empresas de Belo Horizonte consideram que possuem um volume adequado de produtos. No entanto, 17,3% relatam excesso de itens e 18,3% enfrentam escassez de mercadorias.
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