A infância é um período da vida onde a criatividade e a imaginação afloram, e isso faz parte do desenvolvimento infantil. O faz de conta passa a fazer parte do dia a dia e qualquer experiência vira uma aventura eletrizante, seja com personagens, brinquedos ou objetos. Mas a imaginação pode ir além, e amigos imaginários passam a participar desses momentos dos pequenos. Mas a princípio não há com que se preocupar, criar um amigo imaginário é comum e não faz do seu filho menos comunicativo ou sociável, pelo contrário. Apesar de nem todas as crianças inventarem um companheiro, esses amiguinhos imaginários fazem parte da infância de muitas delas, sendo saudável e importante para o desenvolvimento infantil.
É um processo comum para a evolução das habilidades imaginativas e uma forma de exercitar a criatividade. Nesse momento elas passam a conversar com seus brinquedos, bonecos ou bichos de pelúcia, ou podem recorrer aos tais companheiros imaginários. Esta prática também pode ser uma forma para eles lidarem com seus dilemas, possíveis lacunas de relacionamento, outras questões em seu ambiente de convívio, e até mesmo para testar os limites dos pais. Normalmente esses amigos aparecem a partir dos 2 anos de idade, e podem fazer parte do cotidiano das crianças até que estejam prontas para seguir sozinhas. Conforme vão amadurecendo o lado cognitivo, os pequenos aprendem a assimilar e a lidar com a realidade, com as relações interpessoais e com suas próprias emoções. Por volta dos 7 ou 8 anos os pequenos acabam abandonando seus amigos inventados, uma vez que encontraram novas formas de lidar com a realidade e sentimentos.
Outro fator importante é a possibilidade da criação de pontes de comunicação entre pais e filhos através desses amigos imaginários. Pode ser uma forma de, com sensibilidade, conseguir um diálogo bem-sucedido com os pequenos, buscando entender melhor o que pode estar acontecendo. Apesar da importância que esses personagens podem desempenhar na vida do seu filho, é normal se preocupar com a situação. Logo, para que essa fase continue a ser saudável e divertida, é essencial estar atento ao comportamento da criança. Normalmente a maioria delas entende que o amigo imaginário não é real e que só faz parte de um mundo de fantasia. Porém, quando o pequeno passa a se isolar e só querer conversar ou brincar com o amigo inventado, é hora de entender como ele lida com as interações sociais. Quando algo assim ocorrer talvez seja o momento de buscar uma ajuda profissional, para que possa identificar se algo está acontecendo com a criança. A verdade é que brigar por causa da existência de um amigo imaginário em nada ajuda, e como a fantasia acaba quando a criança estiver pronta, cabe a nós pais fortalecermos o convívio social dos pequenos. Os amigos imaginários podem ajudar as crianças a entender melhor os medos, desejos e opiniões, além de auxiliarem no desenvolvimento infantil. Se os pequenos não tiverem mudanças de comportamento e se beneficiarem com esse mundo de fantasia, não há mal algum entrar na brincadeira. Aproveite para se aproximar do seu filho e fortalecer a comunicação entre vocês com muita criatividade.