A embaixada dos Estados Unidos em Kiev publicou nesta terça-feira (22/3), em perfil oficial no Twitter, uma mensagem que diz que as forças russas estariam sequestrando crianças ucranianas.
“De acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, as forças russas removeram ilegalmente 2.389 crianças ucranianas dos oblasts [subdivisão em alguns países eslavos e ex-repúblicas soviéticas] de Donetsk e Luhansk para a Rússia. Isso não é assistência. É sequestro”, afirma a mensagem, publicada em inglês e em ucraniano.
A representação americana cita informações do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, que afirmou, na segunda-feira (21/3), que mais de 2 mil crianças da região de Donbass (região onde estão as Repúblicas de Donetsk e Luhansk), ocupada por forças russas, foram levadas ilegalmente para a Rússia.
“Casos de sequestro de crianças e outros crimes cometidos por ocupantes russos contra civis na Ucrânia estão sendo investigados”, explicou o governo de Kiev, citado pelo Kyiv Independent.
27 dias de guerra
A guerra no Leste Europeu completa 27 dias e os líderes envolvidos no conflito não conseguem avançar nas negociações de paz. A mistura de intensificação dos bombardeios, endurecimento das sanções e aumento de apoio militar à Ucrânia é agravada pelo estremecimento de relações entre Estados Unidos e China, devido à possibilidade de apoio do país de Xi Jinping aos russos.
Enquanto o presidente norte-americano, Joe Biden, pressiona os chineses, o líder russo, Vladimir Putin, segue ameaçando países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e afirmando que pode considerá-los “participantes” do conflito se o apoio bélico à Ucrânia seguir. As posturas das duas potências aumentam a tensão diplomática no mundo, pela chance de a confusão se espalhar.
Nessa segunda-feira, Biden e outros três integrantes do mais alto escalão do governo dos Estados Unidos fizeram declarações públicas sobre a guerra na Ucrânia e mostraram como o conflito está longe de ser contido no Leste Europeu.
Biden minimizou o poder do presidente russo. O Pentágono, que comanda a máquina militar do país, alertou para ataques cibernéticos; a Casa Branca, sede do governo, cobrou responsabilização para o conflito; e o Departamento de Estado, órgão da diplomacia, puniu funcionários chineses – restringindo vistos.
Enquanto isso, os russos ameaçam até romper relações diplomáticas com os norte-americanos devido à dura posição de Biden sobre Putin.