Estrada Real é um termo encontrado para descrever parte dos caminhos por onde escoaram o ouro e os diamantes retirados das terras mineiras e transitaram o gado e escravos introduzidos nas Minas Gerais, que no passado partiam dos portos de Paraty e do Rio de Janeiro, passando por Vila Rica, para atingir o arraial do Tijuco, hoje Diamantina.
São mais de 1600 km que se transformaram em um dos principais corredores turísticos do Brasil. Por isso, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) criou em 1999, o Instituto Estrada Real, uma entidade sem fins lucrativos, que organiza, fomenta e gerencia o produto turístico Estrada Real, que transformou o antigo caminho, aberto há mais de 300 anos pela Coroa Portuguesa, em um destino reconhecido no Brasil e no exterior.
Os velhos caminhos, que serviu ao Império, servem agora, de trajeto para mais de 2,5 milhões de turistas por ano em Minas Gerais, gerando uma receita de cerca de US$ 1,25 bilhão. E desta vez, os dividendos ficam aqui, entre mineiros, cariocas e paulistas.
A Estrada Real, que tem em um de seus extremos a cidade de Diamantina, se divide em quatro caminhos. São trechos de asfalto, terra batida e pedras, colocadas no chão por escravos, uma a uma.
O Caminho Velho partindo de Ouro Preto, segue por Congonhas, atravessa o sul de Minas e as 7 cidades do estado de São Paulo até alcançar Paraty, no Rio de Janeiro.
Já o Caminho Novo, aberto a partir do Rio de Janeiro, passando por Petrópolis em direção ao sudeste mineiro, cruza cidades como Santos Dumont, Ouro Branco e encontra-se com o Caminho Velho em Ouro Preto. Este trecho teve sua construção iniciada em 1698. Garcia Rodrigues Paes, filho do famoso bandeirante Fernão Dias Paes, foi o encarregado da empreitada. Muitas críticas foram feitas a respeito do trecho da Serra do Couto, próxima à cidade de Petrópolis, com um trajeto íngreme e perigoso. Entretanto, as tropas e os viajantes continuavam a encarar o novo caminho, com economia de tempo de viagem significativa. Por volta de 1720, a Coroa Portuguesa determinou exclusividade do tráfego do ouro oficial pelo Caminho Novo.
O Caminho dos Diamantes, de Ouro Preto a Diamantina, surgiu a partir da descoberta de diamantes na região do Serro do Frio.
Com 160 km de extensão, o Caminho do Sabarabuçu segue margeando o rio das Velhas e tem a Serra da Piedade – Caeté, do alto dos seus 1.762 metros, como um dos atrativos.
Para materializar esses trajetos foram instalados 1.818 marcos no eixo principal dos 4 caminhos que formam a Estrada Real – Velho, Novo, dos Diamantes e Sabarabuçu – e 726 placas rodoviárias em sua área de abrangência. Os marcos são instalados, no máximo, 2km um do outro, em locais de pontos de bifurcação ou que geram dúvidas ao viajante. O marco é a principal sinalização que direciona os viajantes quanto ao caminho correto e mostra a localização geográfica do lugar.
Assim, os caminhos Velho, Novo, dos Diamantes, Sabarabuçu e seus 1818 marcos instalados formam a Estrada Real. Uma rota histórica que se transformou em um destino imperdível!
Caminho Velho – Cruzília. Foto Rodrigo Azevedo