Tecnologias para melhorar o tráfego
Semáforos inteligentes, matriz de origem e destino para avaliar a demanda de transporte noturno, caminhões de limpeza equipados para verificar a “saúde do asfalto” e integração de câmeras inteligentes ao sistema de segurança foram algumas das inovações apresentadas em audiência pública da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, realizada ontem, quinta-feira (25/9), Dia Nacional do Trânsito.
A reunião, solicitada pela vereadora Marcela Trópia (Novo), reuniu representantes do poder público e de empresas privadas, que compartilharam experiências internacionais e debateram como aplicá-las em Belo Horizonte.
A parlamentar informou ainda que vai solicitar acesso a pesquisas em andamento sobre origem e destino.
Possibilidades com o Marco Legal das Startups
Trópia destacou que, em outubro, será possível enviar sugestões de emendas parlamentares que podem financiar testes de soluções tecnológicas para o trânsito da capital, previstas no Marco Legal das Startups (Lei 11.838/2024).
Ela citou como exemplo os semáforos inteligentes, que em Pittsburgh (EUA) reduziram em até 40% o tempo de viagem.
“Em Belo Horizonte, gastamos em média 57 minutos para percorrer apenas 10 quilômetros nos horários de pico”, alertou a vereadora.
Estudos sobre semáforos inteligentes
Segundo Guilherme Cunha, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, a prefeitura já estuda a implantação de semáforos inteligentes e pretende concluir o processo de pesquisa ainda este ano. A previsão é que em 2026 seja iniciada a contratação da tecnologia.
Caminhões que monitoram o asfalto
O assessor da presidência da Prodabel, Stefano Corradi, destacou que até meados de 2026 devem ser implantadas melhorias em parceria com secretarias municipais. Uma delas é o uso de caminhões de coleta de lixo com sensores que identificam buracos e rachaduras no asfalto, indicando pontos que necessitam de reparos.
Pesquisa de origem e destino
Representante da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de BH, Charliston Marques Moreira informou que o Banco Mundial contratou uma empresa espanhola para realizar pesquisas em três regiões metropolitanas do Brasil, incluindo a RMBH. O estudo, com resultados previstos para dezembro, vai fornecer dados essenciais para avaliar a demanda de transporte noturno.
Parcerias com empresas privadas
Entre as contribuições do setor privado, Luiz Augusto Silva, do Google Cloud, defendeu o uso de dados integrados de diferentes fontes para melhorar a mobilidade.
Já Yago Falcão, da Gabriel Tecnologia, destacou que o sistema de leitura de placas da empresa ajudou a Polícia Militar do Rio a recuperar quase 100 veículos roubados e localizar 12 pessoas desaparecidas. O serviço, já utilizado em São Paulo e no Rio, começa a ser implantado em BH por meio do COP-BH.
Segurança e conscientização
A capitã Ludmila Diniz Ferreira, da Polícia Militar, ressaltou que a frota de veículos da capital cresceu 22% entre 2020 e 2025, mas a infraestrutura não acompanhou esse ritmo. Ela reforçou a necessidade de campanhas de conscientização, lembrando infrações recorrentes como estacionar em local proibido ou em fila dupla.
Encaminhamentos
Para acompanhar de perto os resultados das pesquisas de origem e destino, a vereadora Trópia anunciou que vai solicitar oficialmente acesso às informações, reforçando o compromisso de integrar inovação e políticas públicas já existentes.
