Por Nubya Oliveira e Rayllan Oliveira
Precisamos falar sobre Marta. Eleita por 6 vezes a melhor jogadora do mundo é também a maior artilheira em Copas, com 17 gols. Precisamos falar sobre ela que, mesmo com todas as conquistas, ainda assim é questionada pela autoridade máxima do seu país quantos aos seus direitos e a sua remuneração. Precisamos falar também sobre Formiga. Uma mulher negra e nordestina, que luta contra o racismo e o preconceito. Precisamos falar dessa atleta que defendeu a seleção brasileira em 7 Copas do Mundo e que, hoje, aos 43 anos continua um fenômeno em campo.
Precisamos falar sobre Cristiane, a atacante que detém a marca de 14 gols em Olimpíadas e é a maior artilheira da competição, independente de gênero. Precisamos falar sobre Ludmila, a atleta que passou seus primeiros anos num orfanato, foi criada pela tia com mais dois irmãos e sete primos. Precisamos falar sobre Tamires, a jogadora que já deixou o futebol de lado por duas vezes, pela maternidade e pelo.
Precisamos falar sobre Alex Morgan, a futebolista norte-americana que, junto com as companheiras de profissão, foi à justiça contra a federação de futebol dos EUA por discriminação salarial. Precisamos falar também sobre Ada Hegerberg, a norueguesa que foi campeã da Champions League por duas vezes e que abriu mão de ir à Copa na França para protestar contra a desigualdade de gêneros no futebol.
Ada Hegerberg ficou de fora da Copa do Mundo de 2019 em forma de protesto. Foto: Getty Images.
Precisamos falar, e muito, sobre essas e tantas outras mulheres que fazem história e seguem no processo de transformação do esporte e do mundo. Precisamos falar também sobre aquelas mulheres que, hoje, sem a mesma visibilidade dos grandes nomes da modalidade, seguem os mesmos passos na busca pela transformação da sociedade e do futebol. Precisamos, sim, falar das americanas, atleticanas, cruzeirenses, ipatinguenses e tantas outras. Precisamos falar também da várzea.
Precisamos falar sobre futebol feminino somente em época de Copa do Mundo. Assim como não precisamos falar sobre a luta de tantas mulheres apenas no Dia Internacional da Mulher. É para além do esporte. É mais do que só futebol. São pautas do dia a dia. Afinal, só falando, e muito, é que conseguiremos cada vez mais a busca pela igualdade.
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