Hoje li uma coisa interessante que me fez pensar. Um texto num post do Instagram onde um indígena brasileiro dizia não acreditar que o sofrimento nos faz crescer. Parei por uns minutos revisitando meus pensamentos sobre esse polêmico assunto e concluí que o indígena não está errado. Se para crescer é preciso sofrer, prefiro não crescer. E me fez lembrar de minha cadela Tandera, uma linda pitbull amarela que, ainda pequena e muito curiosa, resolveu brincar com um marimbondo. Claro, ficou com a cara toda inchada de tantas ferroadas que levou. Depois disso, sempre que um marimbondo chegava perto dela, ela se afastava, lembrando de sua dolorosa experiência. Isso não fez dela menos brincalhona, mas apenas seletiva com o tipo de coisa que podia ou não brincar. Entendo perfeitamente o post. Não podemos deixar de ser o que somos por conta do que sofremos. Aprendemos sim, mas não somente com o sofrimento. Acredito até que aprendemos mais com as alegrias, pois dependendo das experiências ruins, iremos procurar anular aquilo que nos levou até elas, evitando qualquer possibilidade de termos outro resultado. Não sei se me fiz entender. Mas, devemos pensar sobre isso. Da mesma forma devemos revisitar nossos fracassos, nossos sofrimentos e ressignificá-los. Não estou sugerindo ficarmos olhando para trás, mas apenas procurarmos entender que aprendemos sempre, não importa se com o sofrimento ou com a alegria.
Estamos em constante desenvolvimento e precisamos ficar atentos a isso. Antes de decretarmos que somente o sofrimento nos faz crescer, o importante é abrirmos nossas mentes para não perdermos nenhuma oportunidade de tirar lições que nos transformarão em seres humanos melhores. Não devemos deixar a vida nos levar. Mesmo porque nós que conduzimos nossas vidas. Seja grato sempre, por todas as coisas boas e ruins, por mais que se revolte com aquilo que pareça injusto, ou catastrófico em sua vida. Com muita clareza (e isso, verdade seja dita, é difícil de conseguir), procure ver o que a experiência ruim pôde proporcionar como transformação, assim como as boas experiências. Lembre que desafortunadamente, os grandes saltos em qualidade de vida e tecnologia, surgiram nas guerras. Mas, as experiências boas, que não são episódicas como as guerras, nos fizeram chegar até aqui, com a transmissão do conhecimento em deliciosas reuniões familiares, em encontros com amigos, em volta das pré-históricas fogueiras, nos namoros, nas religiões e expressões artísticas. As tragédias, nos impactam profundamente e valorizamos muito mais do que os momentos felizes sem nos darmos conta de que estes, os momentos felizes, nos fazem crescer muito mais do que a dor. Fica a dica.
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