Nos pequenos distritos o tempo passa devagar. São lugares bucólicos, cheios de natureza e cantinhos perfeitos para quem quer deixar a pressa do dia a dia de lado, especialmente neste período de férias.
As cidades do roteiro da Estrada Real, possuem distritos extremamente aconchegantes que, além de se caracterizarem como típicas localidades de interior, abrigam um charme indescritível; acompanhado da deliciosa comida, recheada de uma natureza exuberante.
Belezas naturais, que, por conservarem um ar mais interiorano e também por serem destinos mais reservados e menos disputados do que outros locais turísticos, vão fazer você se encantar ainda mais com a Estrada Real.
Separamos alguns distritos, típicos de interior mineiro, acolhedor e tranquilo, com muita natureza.
Acuruí – Distrito de Itabirito: À medida que o viajante vai se aproximando de Acuruí, é possível avistar a linda Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Ao chegar, o que se vê é uma rua principal onde numa ponta está a igreja Matriz e na outra a Igreja Nossa Senhora do Rosário. Mas o viajante deve explorar a ruas estreitas do distrito e descobrir as belas paisagens desse lugar que fica no topo da montanha.
Fundado em 1702 pelos bandeirantes e seu significado em tupi-guarani é “rio de pedras”. A região servia como ponto de parada para os tropeiros que por ali passavam em busca de ouro e utilizavam as fazendas da vila para dormir, alimentar-se e descansar seus animais. Na medida em que o número de tropeiros aumentava, famílias eram constituídas e uma melhor infraestrutura de hospedagem fazia-se necessária. Nascia assim o vilarejo que se encontra preservado desde então, com sua arquitetura muito peculiar que se mantém intacta até os dias de hoje.
O Conjunto arquitetônico de Acuruí é composto por casarios no estilo colonial, muros de pedra preservados e as Igrejas de Nossa Senhora do Rosário, erguida pela Irmandade dos homens negros e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, erguida pela Irmandade dos homens brancos, ambas do século XVIII.
Aos pés da Serra da Gandarela, Acuruí ainda reserva trilhas e belas cachoeiras, com destaque para as cachoeiras do Cruzado, Carrancas e Cascalho.
Cocais – Distrito de Barão de Cocais: A vila colonial de Cocais foi fundada em meados do século XVIII a partir da vinda de bandeirantes na busca pelo ouro, conservando, nos dias de hoje, traços da época de esplendor deste metal, como seus casarões e igrejas, sendo uma delas construída totalmente em pedras, datada de 1769.
Pequeno distrito é cercado de montanhas e belíssimas paisagens. Os belos coqueiros, que se destacam num cenário de muito verde, deram nome à localidade. Dentre as atrações, estão igrejas barrocas, Igrejas de Sant’Ana e do Rosário, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IPHAN) e casarões coloniais.
No mês de maio, a Praça do Rosário onde fica a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, é palco de um dos principais eventos da vila, a Festa da Quitanda e Festival da Goiabada.
Fora desta época, os visitantes podem degustar as quitandas locais diretamente na casa dos produtores, que oferecem experiências saborosas, além de um bom bate papo.
Cocais também atrai os turistas pela tranquilidade e aventuras junto à natureza, com sua diversidade de fauna e flora, belas cachoeiras, trilhas e sítios arqueológicos.
Vitoriano Velozo (Bichinho) – Distrito de Prados: Esse é um típico vilarejo da Estrada Real. Além de belas opções de artesanato, o local conta com uma atração excelente para quem busca fazer uma foto bem legal para as redes sociais: a Casa Torta, que é um dos cartões postais do distrito.
A famosa Casa Torta é um espaço lúdico onde são realizadas oficinas, apresentações de teatro, gastronomia e música. Interativo, possui Jogos, poesia, cenários para fotografar, adereços, brinquedos antigos e um roteiro com 25 atividades. Para entrar, toque o sino!
Bichinho é recheado de ateliês, oficinas de arte e muitas outras coisas. Desde que o artista Antônio Carlos Beck, mais conhecido como Toti, chegou no distrito e abriu seu ateliê, Oficina de Agosto, há mais de 30 anos, a localidade ganhou visibilidade.
Esculturas, bordados, crochê, tear, papel machê, móveis, tapetes e uma dose de criatividade se espalham pelas ruas coloridas e rústicas do distrito.
Além do artesanato, os alambiques também são destaques em Bichinho. Há diversos produtores dessa iguaria brasileira e uma visita aos principais alambiques, assim como experimentar as cachaças do povoado é quase obrigatório.
Córregos – Distrito de Conceição do Mato Dentro: Fundado por bandeirantes no início do século XVIII, a localidade, que se situa em um vale, onde seu casario, distribuído por pequena praça e duas ruas, forma um conjunto harmonioso, que guarda o estilo colonial. Sua sede é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Junto ao povoado passa o Rio Santo Antônio e a diversão é garantida quando as festas religiosas com a banda de música de Córregos acontecem. Os hábitos e costumes locais são bem tradicionais, conservando-se um calendário festivo de fundo religioso em que se sobressaem as festas do Divino, de São Sebastião (20 de janeiro), Nossa Senhora do Rosário (14 de setembro) e a da padroeira Nossa Senhora Aparecida (12 de outubro).
Córregos possui um rico artesanato e uma excelente culinária típica, além da produção de polpas de frutas, doces, geleias, farinha e cachaça.
Morro D’água Quente – Distrito de Catas Altas: O nome do distrito, segundo escritos do naturalista francês Auguste de Saint Hilaire em 1887, em sua passagem por Catas Altas, originou-se das fontes termais que existiam nas proximidades e que foram destruídas pelas escavações lá realizadas, na ânsia de se encontrar mais ouro. A fonte termal que deu origem ao nome foi soterrada por um desabamento. Existem no povoado construções feitas por escravos, como a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim e alguns muros de pedras. Esses muros são característica marcante do povoado. A caixa d’água e moinhos de pedras são provavelmente do séc. XVIII. Pepitas do ouro eram lavadas nessa caixa d’água e a mesma água movia os moinhos de pedra.
O pequeno vilarejo localizado na base da montanha, fica próximo de atrativos como a Cachoeira do Quebra Dedo e o Pico do Baiano, e é repleto de trilhas para a prática de trekking.
Viajar por essa colorida estrada é voltar ao passado e ter no peito o desejo do viajante de descansar numa dessas paragens, que já abrigou tantos tropeiros e aqueles que percorriam as Minas Gerais a procura de ouro.
O viajante sabe: mais importante que o destino é o caminho.
Estrada Real: Uma estrada, seu destino!