Na Estrada Real existem repletas possibilidades para todo tipo de aventureiro.
Começamos pela região de Petrópolis (RJ), onde se encontram exuberantes exemplos da rica diversidade natural do Caminho Novo – como as serras dos Órgãos e da Estrela, aquelas que encantaram Dom Pedro I.
(Foto: acervo/IER)
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (foto) atrai os amantes do ecoturismo e da natureza bruta, é claro. São mais de 11.000 ha de terras que englobam vários municípios. A sede principal encontra-se na vizinha cidade de Teresópolis. Para os apaixonados com as alturas, o ponto culminante é o Pico do Sino, que exige bastante esforço físico na trilha de 12 quilômetros.
(Foto: Flávio Varricchio)
O segundo mais alto, porém, não menos imponente, é o Dedo de Deus (foto). Vários outros pontos parecem alcançar os céus; afinal, no parque estão algumas das maiores vias de escalada do país – assim como imensos morros que revelam a exuberante e rara flora da floresta pluvial atlântica.
Para refrescar não faltam cachoeiras e poços. A Véu da Noiva revela o poder de suas águas numa queda de 40 metros. Já o poço Paraíso é para quem quer um recanto de lazer bem acessível: com apenas 15 minutos de caminhada é possível deparar-se com um poço cristalino, rodeado por lindas bromélias.
São muitas opções de aventuras. Rafting no Rio Paraibuna, cavalgadas ecológicas na Serra dos Órgãos e trekking na Reserva do Tinguá. Para ciclismo e montain bike, existem trilhas de todos os níveis de dificuldades em meio a um incrível cenário de belezas naturais. Vá preparado para ver o você que nunca viu e prepare-se para entrar em uma verdadeira comunhão com a natureza.
Recanto imperdível – assim como tantos outros – é o Parque Estadual do Ibitipoca, um verdadeiro paraíso ecológico, localizado na Serra da Mantiqueira, em Conceição do Ibitipoca (cujo nome vem do tupi-guarani e significa “montanha que estala”), que oferece todas as opções de roteiros eco turísticos.
(Foto: Odim)
O belo Roteiro das Águas é o mais fácil, é repleto de poços, tem área de camping, lagos e duas quedas de 30 metros – a Cachoeira dos Macacos. Já o roteiro Janela do Céu, é o mais longo e o mais procurado. Após sete quilômetros de trilha, estão as sete impressionantes quedas da cachoeira Janela do Céu. A outra opção é o roteiro do Pico do Pião: são cinco quilômetros que englobam grutas e ruínas. A recompensa fica por conta da vista privilegiada do alto do Pico. Já para os apaixonados pela direção, acontece desde 1994 na região, o circuito Ibitipoca ‘Off Road’: aventura abençoada pelos cenários que se apresentam ao longo das estradas de terra. A rica fauna do local é impressionante: jaguatirica, onça parda, porco-do-mato, mico estrela, dentre outras raras espécies vivem livres dentro dos limites do parque.
Para quem se hospeda nas históricas fazendas de Santana dos Montes e região, não pode deixar de percorrer as trilhas que eram o elo de comunicação entre as propriedades. No caminho por onde passou tanto ouro, hoje predomina o sossego – sendo que os únicos barulhos são o das quedas das águas das cachoeiras que se espalham pela região. Para os pacientes e aventureiros, o Pico da Paciência com 1.097 metros de altitude, oferece vista mais do que privilegiada.
Cachoeiras e trilhas não faltam também nas regiões de Lavras Novas, Chapada e Itatiaia, vilarejos mineiros que reservam surpresas mais do que agradáveis. O Parque Estadual do Itacolomi – no município de Ouro Preto – desvela lindos vales, mirantes, infinitas nascentes e muitas cachoeiras. O rio das Velhas, um dos mais importantes de Minas – do ponto de vista geográfico e histórico – tem o privilégio de nascer por ali, próximo a cachoeira das Andorinhas.
Diamantina, por estar situada no meio da Serra do Espinhaço, é circundada por uma paisagem fascinante e rica em cachoeiras, grutas, picos e vales. Ali está o Parque Nacional das Sempre-Vivas, onde localizam-se as principais nascentes de dois importantes rios, o Jequitinhonha e o São Francisco. A fauna do parque é repleta de animais ameaçados de extinção, como as onças parda e pintada e o lobo-guará. Para os amantes de uma boa caminhada, a dica é conhecer o incrível Caminho dos Escravos da Serra do Espinhaço – trajeto onde circulava ouro e diamante em grande abundância. O caminho é formado por grandes pedras que foram carregadas pelos escravos – belíssimo registro da história, de um tempo de luta e superação.
(Foto: Saulo Coutinho)
Para percorrer a trilha erguida pelos escravos, use e abuse do protetor solar, vista calças compridas e use sapatos apropriados. É importante buscar referências e contratar os vários guias locais.
Outra opção em abundância é a de renovar as energias nas águas das inúmeras cachoeiras existentes ao longo do maciço do Espinhaço. Os destaques vão para as cachoeiras da Sentinela, das Fadas, dos Cristais, da Toca e Três Quedas – esta última, com 70 metros de altura. As cascatas formam piscinas e poços de águas cristalinas, perfeitas para banhos.
No município de Conceição do Mato Dentro, a cerca de 140 km de Diamantina, está o Parque Natural Municipal Ribeirão do Campo, onde fica a famosa (e fabulosa) Cachoeira do Tabuleiro, a queda d’água mais alta de Minas Gerais que, com 273 metros de queda livre, é a terceira maior do país.
As paisagens são paradisíacas e a natureza ainda intocada impressiona seja qual for o trecho do caminho real.
Estrada Real: Uma estrada, seu destino!
68