Ciência e Tecnologia de Minas vai receber recursos de R$ 36 milhões
O diretor-presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Celso Pansera, anunciou, hoje que R$ 36 milhões serão destinados à ciência e tecnologia no Estado.
O anúncio foi feito em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A reunião foi solicitada pelos deputados Beatriz Cerqueira, presidenta da comissão, Macaé Evaristo, vice-presidenta, Betão, Cristiano Silveira, Doutor Jean Freire, Leleco Pimentel e Leninha, todos do PT; Ana Paula Siqueira e Lucas Lasmar (ambos da Rede), Celinho Sintrocel (PCdoB), Lohanna e Professor Cleiton, ambos do PV. Os 12 parlamentares queriam tratar de investimentos na área e saber o papel da Finep,
A Finep é uma empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que atua em toda a cadeia da inovação, com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
De acordo com Celso Pansera, desse montante, R$ 14,9 milhões serão destinados para a BH-TEC, ligada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), R$ 14,7 milhões para a Universidade Federal de Viçosa (Zona da Mata) e R$ 6,5 milhões para a Universidade Federal de Lavras (Sul de Minas).
Ele explicou que, no momento, está sendo preparada a documentação para que os recursos sejam liberados entre este mês e outubro.
O gestor comentou ainda que, entre 2015 e 2022, menos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) foram disponibilizados para a área.
Celso Pansera acrescentou que, em 2023, o investimento está sendo retomado, uma vez que, em março, o presidente Lula mandou um projeto para o Congresso para que a totalidade desses recursos sejam destinados para a ciência brasileira.
“É a ciência voltando neste governo com muito peso. Nunca a área teve tanto recursos disponíveis. É o Brasil voltando a ser competitivo no setor”, disse Celso Pansera
Ele enfatizou a relevância de se ampliar a porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) para a ciência e a tecnologia.
Destacou ainda, que países que investiram bastante nessa área nos últimos anos deram um salto em sua capacidade produtiva. “A China só é uma potência por causa disso”, afirmou. A China investe 2,23% do seu PIB na área. Já o Brasil investe 1,21%, conforme relatou.
O baixo investimento em ciência e tecnologia nos últimos anos no País, frisou, fez com que o Brasil se tornasse a 11ª economia em nível mundial, em 2022. “Para voltar a ser a sexta, como já foi, é preciso rever essa participação”, disse.
A reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Goulart, concordou com Celso Pansera. “O aumento de 1% de investimento do PIB em ciência reverte em 9% a mais para o PIB, conforme algumas estatísticas”, afirmou.
Ela destacou a relevância dos investimentos anunciados pelo governo federal e o fato de Minas ser o estado da federação com mais universidades públicas. “Isso é um patrimônio inestimável. Os governos precisam valorizar isso e utilizar para o bem da população”, defendeu.
Sandra Goulart lembrou do corte de recursos para universidades nos últimos anos, o que gerou um grande impacto nas instituições.
“Tivemos que lutar muito para resistir. E a Assembleia nos apoiou nesse momento e teve um papel inestimável na pandemia. Se chegamos a ter vacina brasileira e mineira é porque contamos com o apoio da ALMG e da prefeitura,” finalizou ela.
Durante a reunião, a UFMG foi homenageada pela comissão pelos seus 96 anos de existência e de ensino e pesquisa de excelência.