Em um dia de forte volatilidade nos mercados interno e externo, o dólar comercial voltou a superar a marca de R$ 5,30, atingindo o maior valor desde janeiro do ano passado.
O dólar encerrou esta sexta-feira (7) cotado a R$ 5,324, registrando uma alta expressiva de R$ 0,074, ou 1,42%. A moeda iniciou o dia em queda, mas reverteu a tendência e disparou após a divulgação de dados positivos do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Até as 15h45, a cotação do dólar estava em torno de R$ 5,29, mas subiu rapidamente na hora final de negociação.
Este é o maior valor para o dólar desde 5 de janeiro de 2023, quando a moeda norte-americana fechou a R$ 5,35. Na primeira semana de junho, o dólar já acumula uma alta de 1,4% e, no ano, a valorização chega a 9,71%.
Queda do Ibovespa
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da B3, encerrou o dia aos 120.782 pontos, registrando um recuo de 1,72%. Este é o menor nível desde 13 de novembro do ano passado. A queda foi influenciada tanto por fatores domésticos quanto internacionais.
Impactos externos
No cenário externo, a divulgação de que a economia dos Estados Unidos criou 272 mil postos de trabalho fora do setor agrícola em maio surpreendeu o mercado. O desempenho acima do esperado aumentou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, possa realizar apenas um corte de juros este ano, ao invés dos dois cortes esperados anteriormente.
Juros elevados em economias avançadas geralmente resultam na fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. Essa tendência é agravada pela recente queda nos preços das commodities, que reduz a entrada de dólares provenientes das exportações brasileiras.
Tensões domésticas
No cenário interno, as tensões aumentaram após a edição de uma medida provisória destinada a arrecadar R$ 29,2 bilhões por meio da limitação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Na quinta-feira (6), uma coalizão formada por 27 frentes parlamentares pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolução da medida provisória ao Executivo, intensificando a instabilidade no mercado.
Perspectivas futuras
O panorama de incertezas, tanto no âmbito doméstico quanto no internacional, continua a influenciar fortemente os mercados financeiros, criando um ambiente de volatilidade que deve persistir nas próximas semanas.