Estamos no ‘Julho Turquesa’, campanha mundial de conscientização da síndrome do olho seco, uma condição que atinge cada vez mais indivíduos, sobretudo em razão do tempo maior que passamos na frente das telas (smartphones e tablets), seja para fins pessoais, profissionais ou educativos. Passar horas ininterruptas exposto às telas reduz em até 70% o número de piscadas, um ato fundamental para a manutenção adequada dos componentes da lágrima.
A doença do olho seco ocorre quando há uma falha na produção ou na qualidade das lágrimas, que evaporam rapidamente da superfície ocular. Sua composição (água, sais minerais, lipídios, proteínas e anticorpos) é responsável pela lubrificação dos olhos e serve como uma barreira contra infecções, bem como para impedir a entrada de corpos estranhos.
Existem outros fatores, além da exposição excessiva às telas, que promovem um desequilíbrio dos componentes da lágrima, entre eles, menopausa, poluição, ar-condicionado, lentes de contato, medicamentos descongestionantes, anti-histamínicos, tranquilizantes, diuréticos, benzodiazepinas, analgésicos, anticonceptivos e antidepressivos.
Os principais desconfortos causados pela condição são ressecamento, olhos vermelhos e irritados, prurido, fotossensibilidade, visão embaçada e sensação de areia nos olhos. O uso de colírios para umidificação ocular ajuda a aliviar os sintomas, mas dependendo da gravidade podem ser indicados pelo oftalmologista medicamentos anti-inflamatórios e substituição de lentes gelatinosas ou rígidas por lentes esclerais.
Outra proposta de tratamento é a aplicação de luz pulsada para desobstruir ou estimular as glândulas meibomianas, responsáveis pela produção de lipídios e proteínas da lágrima. A abordagem será sempre, invariavelmente, definida pelo oftalmologista considerando o estágio da disfunção e as necessidades individuais do paciente.
Dr. Leonardo Gontijo
Diretor clínico do Instituto de Olhos Minas Gerais, oftalmologista especialista em córnea e cirurgia refrativa, professor da Santa Casa Belo Horizonte.