O Racing, da Argentina, superou o Cruzeiro por 3 a 1 e garantiu o título da Copa Sul-Americana 2024, na noite deste sábado (23/11). A decisão, realizada no Estádio La Nueva Olla, em Assunção, Paraguai, representou um marco histórico para o time argentino, que voltou a levantar um troféu continental após 36 anos. Enquanto isso, para o Cruzeiro, a derrota frustrou o sonho de conquistar sua primeira taça da competição e marcou o fim de um ciclo internacional de reconstrução.
Um começo arrasador do Racing
O jogo começou com alta intensidade, e o Racing impôs seu ritmo desde os primeiros minutos. Logo aos 2 minutos, os argentinos balançaram as redes com Martirena, mas o gol foi anulado pelo VAR por impedimento. Contudo, isso não abalou o time de Avellaneda, que manteve a pressão e logo abriu o placar.
Aos 14 minutos, um erro na saída de bola do volante Walace, escalado por Fernando Diniz, resultou em uma jogada fatal. Martirena, destaque do Racing, fez um cruzamento do lado direito que acabou encobrindo o goleiro Cássio e se transformou em um golaço. O placar foi ampliado pouco depois, aos 18 minutos, quando Salas avançou pela esquerda, cruzou para Martínez, e o atacante concluiu com precisão para marcar o segundo gol dos argentinos.
A apatia inicial do Cruzeiro foi determinante para o resultado parcial. A equipe brasileira parecia desorganizada em campo e não conseguiu reagir diante da rápida transição ofensiva do Racing. O técnico Fernando Diniz, insatisfeito, realizou mudanças ainda no primeiro tempo, substituindo Walace por Lucas Silva, buscando maior consistência no meio-campo.
Reação celeste no segundo tempo
O intervalo trouxe uma nova postura para o Cabuloso, que voltou mais ligado e com maior controle de jogo. Aos 6 minutos da etapa complementar, a Raposa diminuiu o placar. Após uma jogada individual brilhante de Matheus Henrique, o meia cruzou para Kaio Jorge, que precisou de duas tentativas para empurrar a bola para o fundo das redes. O gol deu esperança à torcida celeste, que acompanhava com apreensão a possibilidade de um empate.
O time mineiro passou a dominar a posse de bola e criou algumas oportunidades, mas pecou na finalização. Por outro lado, o Racing mostrou maturidade tática, defendendo-se com eficiência e explorando os espaços deixados pelo Cruzeiro, que jogava de forma mais ofensiva em busca do empate.
Nos minutos finais, já com o Cruzeiro totalmente exposto, o Racing liquidou a partida. Roger Martínez, em rápido contra-ataque, invadiu a área celeste e bateu forte na saída do goleiro Cássio, fechando o placar em 3 a 1 e garantindo a conquista para os argentinos.
Um título histórico para o Racing
O triunfo representou o fim de um longo jejum de 36 anos sem conquistas internacionais para o Racing. A última taça continental do clube havia sido em 1988, quando venceu a Supercopa dos Campeões da Libertadores justamente contra o Cruzeiro. Com o título da Sul-Americana, o Racing também assegurou sua vaga na fase de grupos da Copa Libertadores 2025 e na disputa da Recopa Sul-Americana, onde enfrentará o campeão da Libertadores, que será definido entre Atlético e Botafogo.
Cruzeiro busca se reerguer
Apesar da derrota, a campanha celeste na Sul-Americana 2024 foi motivo de orgulho para a torcida, que viu o time voltar a uma final internacional após 15 anos. Agora, o Cruzeiro direciona seu foco para o Campeonato Brasileiro, onde ocupa a sétima posição com 47 pontos e luta por uma vaga na próxima Libertadores. O próximo desafio do clube mineiro será contra o Grêmio, em jogo válido pela Série A, na quarta-feira (27), às 21h, no Mineirão.
Reflexões sobre o jogo
A atuação do Cruzeiro expôs algumas fragilidades, especialmente no setor defensivo e na transição do meio-campo para o ataque. O apagão nos primeiros minutos foi fatal para as pretensões do time mineiro, que precisou correr atrás do resultado durante toda a partida. Ainda assim, a postura mais ofensiva e organizada no segundo tempo mostrou o potencial da equipe comandada por Fernando Diniz.
Já o Racing se destacou pela eficiência e pela solidez tática. Os argentinos souberam explorar os erros do adversário e foram letais nas oportunidades criadas. O título coroa o trabalho de uma equipe que, além de quebrar um tabu, retorna ao cenário internacional com força.
Ficha técnica: Racing 3 x 1 Cruzeiro
Campeonato: Final da Copa Sul-Americana
Data: Sábado, 23 de novembro de 2024, às 17h (de Brasília)
Local: Estádio La Nueva Olla, em Assunção-PAR
Racing:
Gabriel Arias; Marco Di Cesare, Santiago Sosa e García Basso; Gastón Martirena, Juan Ignacio Nardoni, Agustín Almendra (Bruno Zuculini), Juan Fernando Quintero (Santiago Solari) e Gabriel Rojas; Maximiliano Salas e Adrián Martínez (Roger Martínez).
Técnico: Gustavo Costas
Cruzeiro:
Cássio; William, João Marcelo, Lucas Villalba e Marlon (Kaique Kenji); Walace (Lucas Silva), Lucas Romero (Lautaro Díaz), Matheus Henrique e Matheus Pereira; Gabriel Veron (Álvaro Barreal) e Kaio Jorge.
Técnico: Fernando Diniz
Arbitragem: Esteban Ostojich (URU); Nicolas Tarán (URU) e Carlos Barreiro (URU). VAR: Leodan González (URU)
Gols: Martinera, aos 14′ do 1ºT; A. Martínez, aos 19′ do 1ºT; R. Martínez, aos 49′ do 2ºT (RAC); Kaio, aos 7′ do 2ºT (CRU)
Cartões amarelos: Basso, Nardoni e Di Cesare (RAC); Romero Lucas Silva e Pereira (CRU)
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