O nível de endividamento das famílias de Belo Horizonte subiu 0,6 ponto percentual entre outubro e novembro, quando 91,3% dos entrevistados admitiram ter algum compromisso financeiro.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), comprovada pelo Núcleo de Pesquisa e Inteligência da Fecomércio MG e aplicada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Os que se consideram pouco endividados somam 37,9%, os mais ou menos endividados são 36,9%, enquanto 16,4% se dizem muito endividados. A situação de inadimplência prossegue para mais da metade das famílias da capital.
De acordo com o PEIC, entre as famílias com renda abaixo de 10 mínimos, 59% estão com o pagamento de dívidas em atraso, 20% acima daquelas com rendimento superior à faixa de renda cujo percentual de inadimplência foi de 38,9%.
Do total de endividados em Belo Horizonte, 61,5% estão com o pagamento das dívidas em atraso. Para 51,6% dos entrevistados, eles terão condições de pagar as dívidas, total ou parcialmente, no próximo mês, mas 48,4% admitem que não terão condições de fazê-lo.
Essa é uma realidade para 29,9% das famílias que ganham até 10 mínimos e para 13,5% das que ganham acima dessa faixa de renda. O cartão de crédito é onde as famílias mais concentram dívidas, especialmente as que ganham acima de 10 atrasos-mínimos, 98% comprometidos com a modalidade de pagamento e com o financiamento do carro, 25,2%. Abaixo dessa faixa de renda, o endividamento das famílias no cartão é de 93,5%, seguido dos carnês de lojas com 26%.
Mais da metade das famílias (50,8%) estão com contas pendentes por um prazo superior a três meses, sendo que 81,6% possuem compromisso financeiro por tempo igual ou superior a 90 dias.
Em média, as dívidas representam 31,6% do orçamento do mês, levando 88,4% das famílias da capital a comprometerem acima de 10% dos rendimentos.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, ressalta a preocupação com o aumento contínuo da inadimplência na capital mineira. “Essa alta proporção de famílias que estão com contas em atraso é um sinal de alerta que gera preocupação quanto à saúde financeira dos consumidores belo-horizontinos. A inadimplência acarreta uma restrição de acesso ao crédito, o que afeta o poder de compra e, consequentemente, pode influenciar qualidades no volume de vendas do comércio e do setor de serviços”, explica Martins.