A atriz e rainha de bateria do Salgueiro, Viviane Araújo, virou centro de debate nas redes sociais após a exposição de uma hérnia abdominal em um vídeo divulgado durante um ensaio técnico para o Carnaval do Rio de Janeiro. A gravação, feita na Marquês de Sapucaí nesta semana, gerou inúmeros comentários sobre sua condição de saúde.
Na quarta-feira (12), Viviane usou suas redes sociais para rebater as críticas e esclarecer a situação:
“Postei o vídeo e algumas pessoas só sabiam reparar e comentar sobre a hérnia. Não apreciavam mais nada, só falavam dela”, desabafou a atriz.
O caso levantou uma discussão sobre as hérnias abdominais, uma condição que afeta milhões de brasileiros, mas que ainda é cercada por dúvidas e desinformação.
Hérnias abdominais: uma condição comum
Apesar da surpresa de muitos internautas, as hérnias abdominais são extremamente comuns. No Brasil, entre 20% e 25% da população adulta apresenta algum tipo de hérnia, o que representa aproximadamente 28 milhões de pessoas.
Entre os diferentes tipos, a hérnia umbilical – como a de Viviane Araújo – está entre as mais frequentes. Estima-se que cerca de 8% da população tenha essa condição, incluindo crianças e adultos.
Especialista explica causas e fatores de risco
O presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal, Dr. Gustavo Soares, esclarece que as hérnias umbilicais costumam surgir na infância ou após a gestação.
“Elas são frequentes em recém-nascidos e bebês de até um ano, mas, na maioria dos casos, fecham espontaneamente. Já em adultos, estão mais associadas à gestação, devido ao aumento da cavidade abdominal, além de fatores como tosse persistente e excesso de peso”, detalha o especialista.
A exposição da condição da atriz nas redes sociais gerou um importante debate sobre a normalização do corpo e o combate ao estigma relacionado a questões de saúde que afetam milhões de pessoas.
Confira as principais dúvidas sobre as hérnias abdominais, esclarecidas pela SBH:

1 – O que é?
As hérnias abdominais são uma abertura na musculatura do abdome que permitem a passagem de um conteúdo de dentro da barriga para fora, podendo ser gordura ou parte de um órgão. Dor durante a prática de atividades físicas e o abaulamento (bolinha) no local são os principais sintomas da doença.
2 – Qual o tratamento?
A única forma de tratamento de uma hérnia abdominal é a cirurgia. Os pacientes precisam de cuidados médicos, já que existe o risco de complicações como o encarceramento e o estrangulamento que podem exigir cirurgia de emergência.
3 – A hérnia pode voltar?
As hérnias umbilicais têm um risco de recidiva (retorno) de até 8%. Para evitar que isso aconteça utilizamos telas no momento da cirurgia que reforçam a musculatura abdominal e evitam que a doença volte. Os cuidados pós-operatórios também são indispensáveis para o sucesso da cirurgia.
4 – Viviane sofre algum risco?
Ela precisa ser avaliada por um cirurgião, pois não é possível se posicionar sobre um caso sem a adequada avaliação médica. De forma geral, se a paciente estiver assintomática e sem dor, não há problema em desfilar. No entanto, se houver algum incômodo é fundamental que ela procure um cirurgião dedicado ao tratamento das hérnias, tendo em vista que o desfile em escola de samba requer um esforço grande e pode haver o encarceramento, uma grave complicação que pode levar à cirurgia de emergência.
PRÊMIO SBH DE JORNALISMO
A Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal promove, em 2025, a 1ª edição do Prêmio SBH de Jornalismo. A iniciativa tem como objetivo incentivar o debate e o maior acesso a informação sobre as hérnias abdominais, além de valorizar a atuação da imprensa feita de forma ética e qualificada.
As inscrições abrem no dia 17 de fevereiro e podem ser feitas até o dia 10 de junho. Os prêmios vão de R$ 2 mil a R$ 6 mil. O edital completo com o link de inscrição está disponível no site oficial da SBH.
Os vencedores serão anunciados durante o VIII Congresso Brasileiro de Hérnia e Parede Abdominal, que será realizado nos dias 06 e 07 de julho de 2025, em Campinas (SP), reunindo mais de 500 cirurgiões para debater o diagnóstico e tratamento desta doença.
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