Esta semana eu estava vendo um vídeo sobre o método de ensino de escolas Waldorf, onde a Sofia inclusive estuda. Uma informação me chamou muito a atenção, e diz respeito a um dos pilares da filosofia de ensino Waldorf, o não acesso a telas. De acordo com o vídeo vários jovens executivos do vale do Silício, a meca da tecnologia, vem de escolas Waldorf. E também que várias das principais empresas de tecnologia do mundo buscam talentos oriundos dessas escolas. E realmente pode parecer um contrassenso. Como empresas de tecnologia buscam pessoas que tiveram pouco acesso a ela durante sua alfabetização e formação educacional ? Mas a explicação faz muito sentido. Essas grandes empresas do ramo de tecnologia buscam talentos e executivos com as seguintes características principais: alta capacidade criativa, colaborativa e de comunicação, que são alguns dos pilares do ensino Waldorf. Quando se coloca as crianças em frente a telas ou a conteúdos prontos, você acaba tirando dela a possibilidade de desenvolver essas características. Os pequenos ficam hipnotizados e recebendo tudo mastigado e direcionado, tirando deles a capacidade desenvolver essa parte criativa e imaginativa.
Pierre Laurent, pai de três filhos, engenheiro de computação que trabalhou na Microsoft, na Intel e em várias startups, e agora preside o conselho de uma escola Waldorf coloca exatamente isso:
“Não acreditamos na caixa preta, na ideia de que você coloca algo em uma máquina e sai um resultado sem que se compreenda o que acontece lá dentro. Se você faz um círculo perfeito com um computador, deixa de ter o ser humano tentando alcançar essa perfeição. O que desencadeia o aprendizado é a emoção, e são os seres humanos que produzem essa emoção, não as máquinas. Criatividade é algo essencialmente humano. Se você coloca uma tela diante de uma criança pequena, você limita suas habilidades motoras, sua tendência a se expandir, sua capacidade de concentração. Não há muitas certezas em tudo isso. Teremos as respostas daqui a 15 anos, quando essas crianças forem adultas. Mas queremos correr o risco? “
Enquanto escolas pelo mundo inundam suas estruturas com computadores, tablets e quadros interativos, os filhos de administradores da Apple, Google e outros gigantes tecnológicos são educados em escolas Waldorf em pelo vale do Silício, onde telas só entram no ensino médio. Os adultos que mais entendem a alta tecnologia moderna querem seus filhos afastados delas, ao menos até o ensino médio. E isso vem sendo um consenso entre a elite do vale do silício.
Aos interessados, confiram o vídeo acima!