Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais deve encerrar 2022 com crescimento de 4,62%, resultado acima do nacional, que ficará próximo de 2,9% no mesmo período. Esses dados fazem parte do Balanço Anual 2022 e perspectivas para 2023, apresentado nesta quinta-feira (22/12) pela Gerência de Economia e Finanças Empresariais da FIEMG. O documento, disponível neste link, apresenta uma análise detalhada sobre a economia regional e nacional.
De acordo com o presidente da Federação, Flávio Roscoe, os indicadores positivos do estado foram puxados, sobretudo, pelo bom desempenho dos setores de serviços, com alta projetada de 5,7%, e agropecuária, com alta prevista de 11,8%. Esse último segmento foi impulsionado pela expansão dos cultivos de café, milho, soja e cana de açúcar. “É importante seguir com a realização de reformas estruturais para o crescimento sustentável do país. No caso de Minas, as medidas adotas pelo governo atual foram fundamentais para o estado alcançar resultados positivos em meio a fatores externos”, frisou o líder empresarial.
Com relação ao PIB industrial, a FIEMG prevê que Minas pode registar em 2022 uma expansão de 1,14 % e, no ano que vem, 1,5%. Vale ressaltar que, em 2021, o estado viu a produção industrial crescer 9,7% em relação ao ano anterior. “A produção da indústria mineira registrou, em 2021, desempenho superior ao verificado no país, crescendo 2,5 vezes mais”, observou o gerente da Gerência Economia e Finanças Empresariais da Federação, João Gabriel Pio.
Tanto o economista quanto Roscoe frisaram que a retração da economia mundial, o lockdown da China em decorrência da pandemia da Covid-19 e a invasão da Ucrânia pela Rússia ainda surtem efeitos relevantes nas cadeias produtivas globais.
Motor da economia
Flávio Roscoe voltou a enfatizar a importância da indústria mineira para o desenvolvimento sustentável do estado e país, gerando emprego e renda. Em Minas, por exemplo, o setor é responsável por cerca de 24% das vagas formais de trabalho (1,2 milhão de postos) e paga aproximadamente 24% da massa salarial.
“Do total de empresas que inovam no Brasil, 88,7% estão ligadas à atividade industrial. Além disso, 43% das novas tecnologias desenvolvidas pela indústria são destinadas à redução de impactos ambientais, tais como redução da ‘pegada’ de CO₂ e substituição de energia de combustíveis fósseis por energia renovável. É digno de nota que Minas Gerais é responsável por 11% do total das empresas que produzem inovação no Brasil, sendo que 44,3% das inovações realizadas são destinadas ao desenvolvimento de tecnologias que geram soluções ao meio ambiente”, afirma o líder empresarial.
Ânimo do industrial
Conforme o balanço, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de Minas Gerais oscilou ao longo de 2022 frente a diferentes cenários políticos e econômicos. O Icei varia de 0 a 100 pontos e os valores acima de 50 significam confiança. O indicador tem dois componentes que são condições atuais e expectativas.
Neste ano, o Icei começou com 57 pontos e chegou a 62,9 em setembro, o mais elevado do ano. A partir de outubro, porém, mês marcado pelas eleições, os índices de confiança começaram a arrefecer e, em novembro, registrou a queda mais significativa desde abril de 2020, marcando 52,4 pontos.