Elixir
há quem faça do poema
a própria nostalgia
e contra correnteza rema
afastando a alegria
como se fosse o lema
de sua própria melancolia
há quem faça do poema
a tradução da picardia
inventando nele um teorema
pra desdenhar a companhia
e faz do verso um problema
por não saber ler poesia
há quem faça do poema
a dor que asfixia
a tristeza que emblema
a morte que se anuncia
e a si próprio envenena
com pedaços do seu dia
melhor será fazer do poema
o elixir da fantasia
traduzindo em tema
retalhos do dia a dia
como se fossem cinema
ou pura melodia.
J.Café
Saiba mais: