Estrada Real: Estações Ferroviárias – Parte 2
Continuando nossa viagem pelas estações ferroviárias, destacamos outras Estações que resgatam histórias e memórias, para inserir no seu roteiro pela Estrada Real.
A Estação Ferroviária de Rio Acima abriga muitos atrativos para quem quer passear e conhecer os encantos da cidade. Inaugurada em junho de 1890, a Estação Ferroviária, construída junto com a ferrovia que ligava, antigamente, Sabará a Ouro Preto, trouxe novas possibilidades econômicas à cidade, servindo durante anos como embarque e desembarque de passageiros e cargas.
Estação Ferroviária de Rio Acima – Foto: minasgeraiscombr
Com a mudança de concessão de exploração da rede ferroviária, o seu funcionamento foi diminuindo até parar completamente por volta de 1999. Atualmente funciona um centro cultural, biblioteca pública e abriga a Secretaria de Turismo e Cultura de Rio Acima. O espaço é utilizado também para apresentações e eventos.
Além disso, é possível ver na estação, uma maquete ferroviária, acervo de fotos da locomotiva e vagões e artesanato local, onde artistas da região exploram os seus talentos em peças de barro, vidro, material reciclado, tricô e outros. O Conjunto Paisagístico Estação Ferroviária foi tombado pela Prefeitura Municipal de Rio Acima por sua importância cultural para a cidade.
A Estação Ferroviária de Belo Vale, construção de inspiração Inglesa, foi inaugurada em 20 de junho de 1917. No início do século XX, tornou-se necessário aliviar o tráfego de trens entre o Rio de Janeiro e a capital mineira, devido ao grande volume de minério de Ferro extraído das jazidas da Serra da Moeda, para isso foi construído um novo ramal, a chamada Linha do Paraopeba, estabelecendo uma ligação direta do Rio de Janeiro a Belo Horizonte.

Para o município de Belo Vale, a chegada dos trilhos representava a possibilidade de grandes mudanças socioeconômicas, com o surgimento de pequenas fábricas, um jornal e um comércio mais variado, além do escoamento da produção, o transporte de passageiros permitia maior interlocução entre Belo Vale e as capitais de Minas e do Brasil.
O telégrafo da Estação, o único da cidade, também exerceu importante papel, pois foi um meio de comunicação muito utilizado pela população.
Os trens transportavam variados produtos; frutas, legumes, aves, porcos, minérios, pedras e grandes boiadas.
O complexo Ferroviário de Belo Vale compreende as construções da sede da Estação Ferroviária, Plataforma de embarque e desembarque e duas casas que serviam como moradia para os ferroviários. Hoje o complexo ferroviário encontra-se totalmente restaurado e é sede da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer.
A Estação Itabirito foi inaugurada em 1887 com o nome de Itabira do Campo, nome esse que foi alterado para Itabirito em 7 de setembro de 1923, quando o povoado foi elevado a município.
Construída em alvenaria de pedra, o edifício sóbrio da estação foi um projeto de expansão da malha ferroviária que visava dinamizar o escoamento de bens e mercadorias entre a área central de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, marcando uma nova fase na economia da Sede de Itabirito, que estimulou investimentos na abertura de empresas ligadas à siderurgia, setor têxtil e couro.

Após a interrupção das atividades ferroviárias o espaço esteve por longo em desuso e entrou em processo de ruínas, quando no ano de 2002, por iniciativa do poder público passou por grande reforma.
O Complexo Turístico da Estação foi inaugurado em 2003 e abriga a Biblioteca Pública Municipal, o Centro de Referência e Informações Turísticas, a Associação de Artistas e Artesãos com uma loja de artesanato, a Sala dos Ferroviários, e a Associação do Turismo Rural de Itabirito. Tornou-se ainda um importante local de eventos culturais, shows e ponto de encontro dos jovens.
O Conjunto Ferroviário da Estação Itabirito é tombado pelo patrimônio municipal desde 2001.
Responsável pelo crescimento da região no início do século XX, a antiga Estação Ferroviária de Santa Bárbara é um dos maiores patrimônios da cidade. Com estilo eclético foi inaugurada em 1912. Mesmo com planta tradicional, seu acabamento se mostra bastante esmerado. A via férrea favoreceu um novo impulso que abriu, entre outras vantagens, um importante ponto de contato com a capital Belo Horizonte e a possibilidade de novas relações comerciais.

O ramal de São José da Lagoa foi construído pela Companhia Estrada de Ferro Espirito Santo a Minas, que em 1908 se chamava “Estrada de Ferro Sabará a Santa Bárbara”.
Até meados dos anos 1930, foi a ponta de linha do ramal, que então foi prolongado até Nova Era, encontrando-se com a E. F. Vitória a Minas.
O trem de passageiros continuou a circular pela linha de Santa Barbara até 1997, quando fez sua última viagem e foi desativada, com a intenção de construir uma nova rota a fim de reduzir o tempo de percurso dos trens que seguiam até Vitória.
E para findar nosso itinerário, saltamos na Estação ferroviária de São João del Rei, onde está o Museu Ferroviário, que preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872.
Em 1981, quando a Estrada de Ferro Oeste de Minas completou 100 anos, inaugurou-se o belíssimo Museu Ferroviário. Seu acervo consta com objetos antigos – balanças, relógios, telefones, registradoras, sinos, ferramentas – e a locomotiva EFOM nº1, que foi a primeira da ferrovia. Além de haver um vagão de luxo, usado pela elite da época.

Em um prédio anexo, existe uma rotunda e estão expostas sete locomotivas. O complexo ferroviário do município foi tombado como patrimônio histórico em 1989.
O passeio turístico de 12km realizado na Maria Fumaça é o mais antigo operando no país, exemplar único que é o conjunto ferroviário que transporta os turistas entre São João del-Rei e Tiradentes. A locomotiva é uma das poucas no mundo que continua a rodar sobre trilhos de bitola de 76cm.
Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!
Daniel Magalhães Junqueira
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