Estrada Real – Rota Gastronômica
Fazer um tour gastronômico provando o que cada lugar tem de melhor é espetacular, e este é um ponto que quase todo turista concorda.
Na Estrada Real o que não falta são experiências gastronômicas, principalmente quando o assunto é vivenciar o melhor da cozinha mineira.
Conhecer histórias por trás dos pratos e bebidas, entender tradições, descobrir curiosidades sobre o cultivo, a preparação de alimentos e até sobre os utensílios de preparo é uma forma de adquirir novos conhecimentos, se aproximar da cultura local e, claro, aproveitar ao máximo um destino.
Vamos embarcar em uma apetitosa viagem, trazendo três roteiros gastronômicos inesquecíveis, para vivenciar experiências marcantes que contam um pouquinho da história local.
O turismo gastronômico é uma imersão cultural que tem como carro chefe a gastronomia típica de um destino.
No Distrito de Santana do Rio Preto, em Itambé do Mato Dentro, a tradição da Culinária da Banana é patrimônio municipal.
Mais conhecido como Cabeça de Boi, o distrito de Santana do Rio Preto está entre a Serra do Cipó e a Serra do Lobo
De origem indígena e africana, influenciada pelo período escravocrata e o ciclo do Ouro nas Minas Gerais, o saber e o fazer da culinária da Banana em Cabeça de Boi se fez de geração em geração pelas famílias do povoado.
Uma tradição de utilização da banana caturra verde para diversas receitas, como a banana frita, farofa, angu de banana, lasanha, sopa e o melaço, distribuído na Festa Tradicional do povoado.

Na Festa da Banana em julho, é onde se tem o maior contato da tradição da culinária, neste evento vários preparos da banana são feitos para festa. O melado da banana, uma espécie de doce, é distribuído no evento, uma tradição que se perpetua há anos, a festa representa a fartura e diversidade do gênero alimentício da banana.
Ao chegar no povoado de Cabeça de boi é possível encontrar a culinária da banana em vários estabelecimentos e casas.
Coronel Xavier Chaves abriga o mais antigo alambique do Brasil ainda em funcionamento, que pertence à família do herói da inconfidência mineira, Tiradentes e, a tradição tricentenária do Queijo Catauá.
A cachaça artesanal produzida no engenho Boa Vista segue a mesma tradição e receita, passada de geração em geração, desde 1755.

O Engenho foi construído antes de 1755, na fazenda do irmão mais velho de Tiradentes, padre Domingos da Silva Xavier.
A cachaça é extraída pelo método caipira e usa fermento feito de fubá de milho. A destilação em alambique de cobre, tem fogo direto, alimentado pelo próprio bagaço desidratado.
Os turistas podem fazer a degustação acompanhada de uma linguiça flambada no fogão de lenha ao lado da boutique de vendas. Um programa imperdível.
Responsável pela certificação da região das vertentes, como a quinta do estado a ser reconhecida pela produção artesanal do queijo Minas, o queijo Catauá se apresenta como a grande estrela da gastronomia de Coronel Xavier Chaves.

Produzido há 9 gerações pelos descendentes portugueses da Ilha Açoriana de São Jorge, o queijo Catauá possui um gosto incrível de fazenda, elaborado com leite cru e ainda morno da vaca, direto da ordenha mecânica para a queijaria.
O sabor retrata fielmente o processo de cura e maturação de queijos produzidos a partir do leite “in natura” do gado Jersey criado na região serrana de Coronel Xavier, a cerca de 900m de altitude, pastoreando uma rica e diversificada flora de gramíneas e leguminosas nativas, entre outras espécies vegetais.
Na propriedade o turista tem a oportunidade de conversar com os produtores, sempre com um cafezinho mineiro e um bom Queijo Catauá para degustação. Além de uma excelente oportunidade para conhecer o modo de produção do queijo minas, a ordenha, o manejo das vacas, uma rica vivência típica de cidades do interior.

Na região do Entre Serras, que segundo estudos do Projeto Primórdios da Cozinha Mineira, iniciaram a comercialização de alimentos em Minas, o Santuário do Caraça resgata e preserva os hábitos, técnicas e produtos alimentares dos primeiros habitantes de Minas Gerais.

Lá o turista terá a oportunidade de conhecer o processo de fabricação de vinhos, queijos e ainda poderá degustar estes e outros deliciosos produtos típicos mineiros.
O Projeto Primórdios da Cozinha Mineira, estuda a vários anos as origens da gastronomia mineira nos santuários da Serra da Piedade e da Serra do Caraça, resgatando as receitas e as histórias registradas em livros preservados que se encontram nas bibliotecas locais, comprovando que a culinária mineira é muito mais complexa do que uma simples mistura de comida africana, indígena e portuguesa.
Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!
Daniel Junqueira Magalhães
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