STF mantém multa de R$ 70 mil contra Bolsonaro

Jair Bolsonaro na manifestacao de 21 de abril na Praia de Copacabana Balcao News Jair Bolsonaro na manifestacao de 21 de abril na Praia de Copacabana Balcao News
Milhares de manifestantes foram apoiar Jair Bolsonaro, neste domingo (21/04), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Foto: reprodução/tv.

Decisão do Ministro Flávio Dino confirmada pelo Colegiado, por “impulsionamento ilegal” na campanha de 2022.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Flávio Dino, que negou o recurso do ex-presidente Jair Bolsonaro. O recurso buscava anular uma sentença que condenou Bolsonaro ao pagamento de R$ 70 mil por realizar impulsionamento ilegal de conteúdo durante a campanha eleitoral de 2022. O impulsionamento ilegal se caracteriza pela contratação de anúncios em plataformas digitais para disseminar propaganda negativa contra adversários.

A ação legal teve origem em uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que apontou a ilegalidade dos atos contra a campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta, a equipe jurídica de Bolsonaro recorreu ao STF com o intuito de reverter essa condenação.

A análise do caso pela Primeira Turma ocorreu durante uma sessão virtual, que se estendeu até a madrugada de sexta-feira (19). Os votos pela manutenção da multa vieram dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. Por outro lado, o ministro Cristiano Zanin não participou do julgamento, dado o seu prévio envolvimento como advogado na campanha de Lula nas eleições mencionadas.

Em março, ao reavaliar o recurso apresentado, o ministro Flávio Dino baseou sua decisão em questões processuais, destacando que a jurisprudência atual do Supremo impede a reavaliação de provas já julgadas pelo TSE, solidificando assim a condenação inicial.

“Houve reconhecimento de que estes não só efetivaram o impulsionamento de conteúdo negativo na internet, como também não identificaram de forma inequívoca, clara e legível o número de inscrição no CNPJ [Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica] ou o número de inscrição no CPF [Cadastro Nacional de Pessoa Física] da pessoa responsável, além de que não colocaram a expressão “Propaganda Eleitoral”, desrespeitando as regras”, escreveu.

Ato no Rio de Janeiro destaca Elon Musk e críticas à censura

Durante uma manifestação neste domingo (21/04), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados destacaram o empresário Elon Musk, proprietário da rede social X (anteriormente Twitter).

Inicialmente programado para defender a imagem de Bolsonaro frente às investigações da operação Tempus Veritatis,  que examina uma suposta tentativa de golpe de Estado, a manifestação surpreendeu com a grande presença de populares, onde tomou outro rumo com a divulgação de documentos internos do Twitter e um relatório da Câmara dos EUA.

Estes documentos apontam para pedidos de censura feitos pelo judiciário às redes sociais, mudando a dinâmica e o foco das discussões durante a manifestação.

Elogios a Elon Musk em Copacabana

Falando aos participantes na orla de Copacabana, Bolsonaro chamou Musk de “homem de coragem” e solicitou aplausos para ele, destacando sua iniciativa em revelar questões sensíveis relacionadas à democracia e à liberdade de expressão. “É o homem que teve a coragem de mostrar za – para onde a nossa democracia estava indo. O quanto de liberdade já perdemos”, discursou o ex-presidente, incentivando uma salva de palmas em reconhecimento a Musk.

Outro destaque foi o deputado federal Nikolas Ferreira, que também pediu aplausos para Musk, enaltecendo seu papel na luta pela liberdade do país. “Elon Musk tem poder, mas não tem todo o poder. Eu continuo colocando a minha esperança, a minha confiança, naquele que detém todo o poder e se chama Jesus Cristo. A luta pela nossa liberdade depende de cada um de nós”, afirmou Nikolas.

Apoio popular a Musk

Durante o evento, a participação popular também foi notável com manifestações de apoio a Musk. Cartazes e toalhas à venda exibiam mensagens como “Thank You, Elon Musk”, demonstrando a gratidão e o apoio do público ao empresário por sua atuação em defesa da liberdade de expressão.

Revelações e impacto dos documentos internos do Twitter

Elon Musk, após adquirir o Twitter e transformá-lo na atual rede X, compartilhou documentos internos com o jornalista Michael Shellenberger. Esses documentos incluíam comunicações entre a plataforma e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, com ordens de retirada de conteúdos classificados como desinformação.

Um relatório recente de uma comissão na Câmara dos EUA trouxe à tona mais revelações, indicando que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada de cerca de 150 perfis nas redes sociais e que outros 300 perfis correm o risco de serem censurados.

Silas Malafaia: críticas à censura

A manifestação no Rio também serviu de palco para críticas mais veementes à censura em comparação com eventos anteriores. Apesar de Jair Bolsonaro não ter mencionado diretamente os ministros do STF, o pastor Silas Malafaia tomou a frente com declarações contundentes contra Alexandre de Moraes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chamando o senador de “frouxo” e defendendo mudanças nos comandos das Forças Armadas.

Segundo o cientista político Elton Gomes, da Universidade Federal do Piauí, Malafaia expressou opiniões que Bolsonaro, sendo investigado por Moraes, não poderia dizer, referindo-se ao magistrado como “ditador” e acusando-o de censurar parlamentares.

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