Durante uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG),ontem, foram discutidos problemas relacionados à atuação de falsos terapeutas ocupacionais em Minas Gerais.
Com apenas 2,3 mil terapeutas ocupacionais para atender aos 853 municípios do estado, a crescente demanda por reabilitação especializada tem levado ao aumento de golpes envolvendo diplomas falsos na área.
A reunião, organizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, foi solicitada pelo deputado Grego da Fundação (PMN), que destacou a importância desses profissionais na promoção da autonomia de pessoas com transtornos do neurodesenvolvimento e doenças raras.
Grego da Fundação, cuja experiência pessoal com seu filho de 15 anos, que tem síndrome de Down, o sensibilizou para o tema, enfatizou o impacto positivo que cuidados multidisciplinares, como fisioterapia e terapia ocupacional, podem ter na vida dessas pessoas. O deputado também reafirmou seu compromisso com a criação de um piso regional para esses profissionais e a obrigatoriedade da presença de fisioterapeutas em unidades de tratamento intensivo (UTIs).
Álida Murta Andrade, diretora-tesoureira do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região – MG (Crefito-4), alertou sobre a proliferação de diplomas falsos e defendeu a abertura de mais cursos presenciais de terapia ocupacional, criticando o ensino a distância na área por não atender às necessidades do setor. Anderson Luís Coelho, presidente do Crefito, também destacou a necessidade de políticas públicas que garantam educação inclusiva de qualidade para adultos diagnosticados tardiamente, já que a maioria das estruturas atuais é voltada para pacientes infantis.
Outros participantes, como a especialista em políticas públicas Aline Castro e a fisioterapeuta Thalita Karla Cruz, destacaram a importância da fisioterapia e da terapia ocupacional no tratamento de doenças raras e transtornos do neurodesenvolvimento, e criticaram a falta de disciplinas específicas sobre essas condições nos cursos de fisioterapia.
A audiência pública reforçou a necessidade de ações para combater a atuação de falsos profissionais e melhorar a formação e a regulamentação das práticas de fisioterapia e terapia ocupacional em Minas Gerais.