O Brasil vivencia um marco histórico no âmbito da saúde pública: o número de municípios que atingiram mais de 95% de cobertura vacinal infantil aumentou significativamente nos últimos dois anos. Esse avanço reflete os esforços empreendidos pela reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, iniciado em 2023, que conseguiu reverter a preocupante tendência de queda na imunização observada anteriormente.
Reconstrução do SUS fortalece saúde pública
O fortalecimento do SUS, aliado à promoção da cultura de vacinação, desempenhou papel central na ampliação das coberturas vacinais. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a relevância desse trabalho:
“Desde o início da gestão, nosso objetivo foi retomar e ampliar as coberturas vacinais. Ao fortalecer o sistema de saúde e investir na atenção primária, criamos condições para que a vacina chegue a todos. O Movimento Nacional pela Vacinação foi um marco e, com o apoio de parceiros nacionais e internacionais, hoje colhemos os frutos desse trabalho.”
O compromisso com a saúde pública foi reforçado por iniciativas que priorizaram o alcance de populações vulneráveis, especialmente em comunidades isoladas.
Esforços conjuntos aumentam vacinação infantil
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, atribuiu o aumento da cobertura vacinal ao esforço coordenado entre governo e parceiros:
“Conseguimos vacinar mais pessoas em 2023 do que nos quatro anos anteriores, graças a um esforço conjunto e integrado. Chegar até as comunidades mais isoladas, por meio da Operação Gota, por exemplo, foi essencial para atingirmos essa meta e garantir a proteção de todas as crianças e comunidades.”
Essa articulação eficiente entre diferentes níveis de governo e organizações de saúde permitiu o avanço em todo o território nacional, promovendo equidade no acesso às vacinas.
Crescimento expressivo no calendário infantil
O impacto positivo foi observado em várias vacinas do calendário infantil, como a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A meta para a segunda dose dessa vacina foi atingida em 2.408 municípios brasileiros em 2024, um aumento impressionante de 180% em relação aos 855 municípios registrados em 2022. Já a cobertura da primeira dose cresceu de 2.485 cidades em 2022 para 3.870 em 2024, representando uma alta de 55,7%.
Avanço no combate à poliomielite
A poliomielite, doença que o Brasil combate com sucesso há mais de 34 anos, também foi alvo de esforços renovados. O número de municípios que atingiram a meta da Vacina Oral Poliomielite (VOP) passou de 1.466 em 2022 para 2.825 em 2024, registrando um aumento de 93%.
Uma mudança estratégica ocorreu em novembro de 2024, com a substituição da VOP pela Vacina Inativada Poliomielite (VIP), que é aplicada de forma injetável, aumentando ainda mais a segurança do esquema vacinal. Essa nova abordagem reforça o compromisso do país em manter-se livre da poliomielite.
Estoques de vacinas garantidos
O abastecimento de vacinas foi uma prioridade do Ministério da Saúde. Em dezembro de 2024, 100% da demanda de imunizantes apresentada pelos estados foi atendida, garantindo a distribuição adequada para todo o país. Entre 2023 e 2024, mais de 604 milhões de doses foram entregues aos estados.
Mesmo diante de desafios como a escassez global de matéria-prima para vacinas como a varicela e a tetraviral, o governo conseguiu assegurar estoques estratégicos. Mais de 1,7 milhão de doses da vacina varicela foram distribuídas em 2024, atendendo às necessidades emergenciais e de rotina.
Planos para superar desafios
Edder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações, enfatizou a importância de expandir o número de fornecedores de vacinas para evitar interrupções no abastecimento:
“Garantimos o abastecimento inclusive da varicela, que enfrentava pendências, superando um problema em função de fornecedores. Hoje, contamos com três fornecedores para a vacina, assegurando a normalização ao longo do primeiro semestre de 2025.”
Essa medida estratégica visa consolidar a autonomia e estabilidade do Brasil no setor de imunizações.
Redução de desperdício e orçamento robusto
Outro avanço significativo foi a redução do desperdício de vacinas e insumos. Em 2023, com o fim do sigilo sobre os estoques, mais de 12,3 milhões de doses que seriam descartadas foram reaproveitadas, evitando a perda de quase R$ 252 milhões.
O Ministério da Saúde também anunciou um orçamento de mais de R$ 7 bilhões para o Plano de Vacinação 2025, garantindo a compra de pelo menos 260 milhões de doses. Esse planejamento sólido assegura o abastecimento contínuo e a imunização da população, mesmo diante de possíveis desafios.
Compromisso com a saúde infantil e coletiva
Os avanços obtidos nos últimos dois anos evidenciam o impacto positivo da reconstrução do SUS e das políticas públicas focadas na vacinação. O Movimento Nacional pela Vacinação demonstrou ser um divisor de águas, mobilizando esforços para proteger a saúde infantil e fortalecer a confiança nas vacinas.
Com estoques garantidos, estratégias eficazes e um orçamento robusto, o Brasil continua comprometido em garantir a imunização de suas crianças e a erradicação de doenças preveníveis.
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