Um trabalho conduzido de modo seguro pelos excelentes André Vicente e Marino Canguçú, desenvolve narrativas irreverentes acerca circunstâncias envolvendo aspectos estereotipados concernentes a altura.
A princípio simplório, todavia o mote da peça é deveras bem desenvolvido através de esquetes que se ligam suavemente sem gerar desconforto ou quebra na trama: que trata da cúmplice relação de dois amigos relatando à platéia vivências e que por terem alturas distintas, apenas por isto, experimentam situações inusitadas com outrem.

Dirigido por Maurício Canguçu e Ílvio Amaral e produzido pela MC Produções, os autores deste texto são Junior de Souza e Cristiano Araújo.
“Chamei o Junior e o Cristiano pra poder fazer; tivemos umas reuniões, assim… chamei tio Ílvio e tio Maurício pra poder dirigir e, aí, tivemos umas reuniões que a gente falava tudo que tinha acontecido com a gente – o Bruno na época, hoje em dia o André Vicente…!”, diz Marino a respeito da construção da idéia em relação ao espetáculo, fazendo menção a Bruno Albertini (ator de altura consideravelmente elevada para os padrões: 2,05m).
Marino, por sua vez, é um brilhante jovem ator, 32 anos de idade, com mais de 20 anos de carreira, medindo singelos 1,52m (um pouquinho mais ou menos…).

Segundo sua mãe e produtora executiva da peça em questão, Marisa Rodrigues, desde os cinco anos de idade, Marino já possuía não somente o incentivo familiar para seguir no ofício artístico, como também as ocasiões propícias para exercitar e praticá-lo com todo o afinco necessário.
Marino continua:
“A gente conversava de ‘Ah, me zoavam disto! E falavam… Ah, me zoavam disso!…’. Eles colheram todas estas informações e montaram o texto, criaram o texto e a gente foi!”.
Seu colega em cena, André (2,05m), acrescenta ao ser perguntado sobre se, para ele, havia algum problema em ser alto:
“Eu fui aprendendo a lidar com tamanho. ‘Que estas piadas, elas são constantes; tanto que, quando eu recebi o texto – quando o Marino falou que tinha construído com o Bruno (Albertini) eu logo me identifiquei: Caraca! Então não é só comigo, todo mundo que é alto passa por isso…”.

Ao leitor e leitora, observem não tomar o título da peça ao pé da letra e alimentar idéias infundadas:
“Toda Mulher Sabe que Tamanho não é Documento”, é uma comédia que entrega boas piadas e faz a platéia rir com vontade espontaneamente devido à identificação pelos relatos e modo como são expressos cada linha de texto e improviso.
Não se trata de um besteirol e, sim, de uma despretensiosa, divertida e bem encenada obra de arte em forma de teatro.

As próximas apresentações serão no Teatro da Cidade, sextas e sábados (18h) e domingos (20h), de 31 de janeiro a 09 de fevereiro.
Os ingressos poderão ser obtidos nos postos do SINPARC ou através do site:
www.vaaoteatromg.com.br/detalhe-peca/belo-horizonte/toda-mulher-sabe-que-tamanho-nao-e-documento-
Vá, veja e volte para casa mais leve – com um sorriso no rosto.
CONFIRA A ENTREVISTA:
Tiago Boson
Multi-instrumentista autodidata, compositor, professor de música, pintor, ilustrador, escritor/poeta (não publicado).
E-mail: bosontiago@gmail.com
Instagram: @tiagoboson
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