O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (21/06), por meio de suas plataformas digitais, que ordenou ataques aéreos coordenados contra três instalações nucleares estratégicas do Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. Segundo o líder norte-americano, os bombardeios foram conduzidos por forças de elite da aviação militar dos EUA, que, após concluírem a missão, já estariam fora do espaço aéreo iraniano, evitando qualquer retaliação imediata.
Fordow, considerada peça central do suposto programa nuclear iraniano, teria sido o epicentro dos ataques. De acordo com Trump, a ação representa um marco de força militar e uma mensagem clara a Teerã sobre os limites impostos por Washington.
“Parabenizo nossos valentes guerreiros americanos. Não existe tropa mais preparada no planeta. Esta vitória abre caminho para a verdadeira paz!” — declarou Trump, celebrando o sucesso da operação como um triunfo militar e diplomático sem precedentes.
Iêmen reage e ameaça navios americanos
Horas antes da confirmação do ataque, o clima de tensão se intensificou ainda mais quando o porta-voz oficial das Forças Armadas do Iêmen, Yanya Saree, emitiu uma ameaça pública contra embarcações norte-americanas que naveguem pelo Mar Vermelho. De forma categórica, Saree assegurou que, caso Washington optasse por intervir diretamente no confronto entre Israel e Irã, navios comerciais e militares dos EUA se tornariam alvos legítimos de ataques iemenitas.
“Se os americanos participarem junto ao regime israelense contra o Irã, nossas tropas estão autorizadas a alvejar embarcações e destróieres no Mar Vermelho. Estamos vigilantes a cada movimento hostil contra nossa pátria.” — alertou o porta-voz em mensagem amplamente compartilhada nas redes sociais árabes.
Bombardeiros B-2 posicionados no Pacífico
Enquanto isso, fontes da Agência Reuters informaram que bombardeiros estratégicos B-2 Spirit, reconhecidos mundialmente por sua tecnologia de furtividade e capacidade de destruir bunkers fortificados, foram deslocados para a Ilha de Guam, importante base militar norte-americana no Pacífico. O movimento, confirmado por autoridades próximas ao Pentágono, reforça o aparato bélico dos Estados Unidos na região e sinaliza que Washington se mantém em prontidão para novas ações, caso o cenário geopolítico se agrave.
Conflito no Oriente Médio se intensifica
O estopim para a escalada atual foi um ataque surpresa de Israel, realizado no último dia 13, sob a justificativa de que Teerã estaria a poucos passos de fabricar uma ogiva nuclear funcional. Essa ofensiva não apenas expandiu o conflito no Oriente Médio como também aumentou a pressão internacional sobre o governo iraniano.
Teerã, por sua vez, sustenta que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis, afirmando que, até recentemente, estava engajado em negociações com Washington para reafirmar compromissos previstos no Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP). Contudo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vinha relatando violações e falta de transparência por parte do Irã, embora sem provas materiais que apontassem para a construção de bombas atômicas.
Autoridades iranianas, irritadas com os relatórios da AIEA, acusam a entidade de agir sob forte influência política das potências ocidentais — EUA, França e Reino Unido — que, não por acaso, endossam a ofensiva israelense contra Teerã.
Informações de inteligência em xeque
Em março, relatórios do setor de Inteligência norte-americano asseguravam que o Irã não estava desenvolvendo armamentos nucleares no momento. No entanto, a recente ação de Trump, contradizendo a análise de suas próprias agências, levanta questionamentos dentro e fora da Casa Branca, reacendendo o debate sobre a real extensão das ambições atômicas de Teerã.
Israel: arsenal nuclear velado
Enquanto condena veementemente a ideia de uma bomba iraniana, Israel nunca admitiu oficialmente possuir armas nucleares. Ainda assim, estudos independentes e documentos confidenciais vazados ao longo das décadas sugerem que Tel Aviv detém um robusto e sigiloso programa nuclear desde os anos 1950, sendo creditado por analistas de defesa como responsável por até 90 ogivas nucleares armazenadas em instalações subterrâneas e submarinos de mísseis balísticos.
Repercussões globais e temor de escalada
Especialistas alertam que os bombardeios autorizados por Trump podem desencadear uma retaliação não apenas de Teerã, mas também de seus aliados regionais, como as milícias xiitas e grupos paramilitares ativos no Iêmen, Síria e Líbano. A possibilidade de uma guerra em larga escala, envolvendo múltiplos atores estatais e não estatais, preocupa organizações internacionais, que veem o Oriente Médio mais uma vez à beira de uma convulsão generalizada.
Diplomatas europeus já pediram, em caráter de urgência, uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, na tentativa de evitar uma catástrofe humanitária e conter os danos ao abastecimento global de petróleo, que sofre oscilações severas sempre que há tensões na região.
Perspectivas e incertezas
Até o fechamento desta matéria, não havia confirmação oficial do governo iraniano sobre o nível de destruição nas instalações nucleares atingidas. Especialistas independentes afirmam que, caso Fordow tenha sofrido danos estruturais significativos, o cronograma nuclear do Irã pode ser atrasado em pelo menos cinco anos — embora isso dependa do grau de destruição dos equipamentos de enriquecimento de urânio.
Enquanto isso, o mundo aguarda sinais de contenção de ambos os lados. Se por um lado Trump reafirma que deseja “paz duradoura”, por outro, sua decisão de recorrer à força bélica reacende memórias traumáticas de intervenções militares passadas no Oriente Médio, cujos desfechos muitas vezes foram imprevisíveis e devastadores.
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