Somos a imagem e semelhança de Deus? Duvido!

Proseando com Ricardo Souza
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Não sou religioso no sentido litúrgico. Acredito sim, que Deus nos criou e nos colocou em uma morada incrível, um verdadeiro paraíso de onde poderíamos tirar nosso sustento sem precisarmos de disputas bárbaras entre povos e nações. Erramos desde sempre ao tentar nos igualar a Ele. Acho que a grande frase que entrou em todos nós como verdade foi a tal que dizia que somos feitos à semelhança de Deus. Pronto: isso bastou para que acreditássemos que poderíamos ter o mesmo poder que Ele. E, em nome dessa semelhança, fizemos os maiores estragos com tudo. Somos uma caricatura de Deus e nossas realizações são pífias diante das coisas que Ele criou. E, quando falo Ele, não me refiro àquele velhinho de barba branca que fica sentado ao lado de Jesus  num trono envolto em nuvens nos olhando como se fossemos um grande reality show. Tenho certeza de que ambos têm muito mais o que fazer do que ficar sentados eternamente. Ou se preocupar com o arroz que alguém deixou queimar no fogão. Estou abordando esse tema para que tenhamos a humildade em nos reconhecer como menores diante da grandeza da criação. Estamos cada vez mais olhando para nossos umbigos e espelhos buscando a realização em nossas próprias vaidades. O mundo todo está em uma espiral interminável que leva todos os valores que nos dão o mínimo de humanidade para um poço sem fim. Criamos uma verdadeira couraça que não nos permite mais ficarmos quietos, contemplando a criação e nos colocando em nossos verdadeiros lugares. Em menos de trinta segundos olhando para o céu, já vamos consultar o celular para ver se responderam nosso último post. Ou, somos cobrados até mesmo por quem está próximo, o fato de “não estarmos fazendo nada” quando paramos de fazer aquilo que representa alguma “produtividade”. Estamos vivendo num mundo de culpas, medos, incertezas, vaidades, poder, falsidade e inveja. Sim, invejamos aqueles que, mesmo sem um pingo de moral, educação ou cultura, conseguem ganhar milhões de euros mostrando a bunda. E não adianta as religiões tentarem consertar o que não tem mais conserto. Devemos sim, fazer um novo e verdadeiro acordo com Deus para tentarmos um plano B que nos dê um pouco de paz já que o estrago está feito. Proponho um exercício e espero que funcione e que você possa compartilhar: Em uma noite com céu estrelado, desligue todos os aparelhos que possam desviar sua atenção. Até diria para colocar uma música relaxante num spotfy qualquer, mas não. Contemple o céu novamente em silêncio. Se não puder, contemple as nuvens durante o dia. Sei que já fez isso, mas tenho certeza de que faz muito tempo que não faz. Tente sentir o peso do céu sobre você e perceba sua própria insignificância. Veja como seus problemas são ridiculamente pequenos, assim como seus conceitos, valores e suas vitórias. Deixe seu espírito se reconectar com o universo. Ele sabe como fazer pois somos, viemos e pertencemos à ele. Liberte seus pensamentos e procure sentir-se como parte do todo. Somos todos feitos da mesma matéria que as estrelas e somos uma única massa cósmica em permanente transmutação.Ter ciência disso nos reconecta com o universo. E essa reconexão é a verdadeira religião, ou seja – a sua religação com o verdadeiro Deus.

As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.

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