Grudinho com o papai

Coluna Paternidade Consciente – Guto D’Assumpção
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Há uma fase das crianças onde há um apego maior a um dos pais, mas esses momentos podem ter variações constantes. Existem também teorias diversas para explicar, como a que as meninas são mais apegadas aos pais, e os meninos mais apegados as mães. No caso das meninas, o pai é aquele que vem separar a filha da mãe, permitindo que ela se relacione com o outro, com o “diferente”. A Sofia está passando exatamente por esse momento onde, na maioria das vezes, quer estar comigo. Eis que pesquisando sobre o assunto me deparei com o famoso “complexo de Édipo”, explicado por Freud, também chamado de complexo nuclear das neuroses. Nessa fase, que acontece na segunda infância, dos 3 a 6 anos, os meninos focalizam o seu desejo e prazer na mãe e as meninas no pai. Ocorre a distinção entre o sexo masculino e feminino, e a criança tem uma fixação pela pessoa mais próxima do sexo oposto.

“O Complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta idéia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras parentais ou aos representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser humano.

A ideia central do conceito de Complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos que o recém-nascido recebe por sua condição frágil. Esta proteção é relacionada, de maneira mais significativa, à figura materna. Em torno dos três anos, a criança começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a acontecer nesta idade. A criança não pode mais fazer certas coisas porque já está maior, não pode mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar pelado pela casa ou na praia, é incentivada a sentar de forma correta e controlar o esfíncter, além de outras cobranças. Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do mundo e precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e também à sua ilusão de proteção e amor total.”

Essa identificação maior com um dos pais nada tem a ver com apego, mas com uma identificação que a crianças faz dos pais. E essa identificação é primordial para o desenvolvimento emocional dos pequenos.

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