Segundo o Boletim Focus, divulgado, ontem, segunda-feira, pelo Banco Central, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar perto dos 6% este ano.
Semana passada, projeção estava 5,65%.
A pesquisa Focus é realizada com economistas do mercado financeiro e é divulgada semanalmente pelo BC. Para 2026, o Focus projeta um índice inflacionário de 4,4%, o mesmo da semana passada. Para 2027, o mercado financeiro prevê IPCA em 4% e para 2028, 3,75%.
No ano passado, segundo a Agência Brasil, o IPCA, que leva em conta a variação do custo de vida de famílias com rendimento de até 40 salários mínimos, fechou o ano passado em 4,83%, acima do teto da meta, que era de 4,5%.
O boletim manteve a projeção de crescimento de 2,01% do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma dos bens e serviços produzidos no país, para este ano. Para 2026, os agentes do mercado financeiro projetam um crescimento de 1,7% , a mesma da semana anterior.
Já para 2027, a projeção é de que o PIB fique em 2%, a mesma para 2028.
Para a Selic, o Focus manteve a projeção da semana passada (15%) para 2025. A mesma das últimas nove semanas.
Para 2026, a projeção do mercado financeiro é de que a Selic fique em 12,5%, também a mesma projetada na semana passada. Para 2027 e 2028, as projeções são de que a taxa fique em 10,5% e 10%, respectivamente.
O Banco Central para alcançar a meta de inflação, usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
No final de janeiro, o colegiado aumentou a Selic em 1 ponto percentual, com a justificativa de que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o centro da meta.
Os preços dos alimentos aumentaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, segundo destacou o Copom aliado a estiagem observada ao longo do ano passado e da alta de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi.
Com relação aos bens industrializados, o comitê apontou que o movimento recente de aumento do dólar pressiona preços e margens, sugerindo maior aumento em tais componentes nos próximos meses, o que tornou o cenário inflacionário mais adverso, demandando uma política econômica contracionista.
O cenário mais adverso para a convergência da inflação para o centro da meta (3%, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%), de acordo com o Copom, pode demandar um novo aumento de 1 ponto percentual na Selic na próxima reunião do comitê nos dias 18 e 19 de março.
A previsão de cotação do dólar ficou em R$ 5,99 para 2025, em relação ao câmbio. Hoje, a cotação da moeda esteve em R$ 5,78. para o fim de 2026, a previsão é de que a moeda norte-americana fique em R$ 6.
Já para 2027, segundo o Focus, o câmbio também deve ficar em R$ 5,90, a mesma para 2028.