Minas Gerais corre risco prolongado.
A barragem Forquilha III, da Vale, em Ouro Preto, uma das estruturas com maior risco de rompimento (nível 3), só deverá ser desativada em 2035.
O prazo original, definido pela Lei Mar de Lama Nunca Mais (2019), era 2022.
A técnica a montante usada nessa barragem é a mesma dos rompimentos de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), que deixaram 300 mortos e danos ambientais irreversíveis.
Dos 54 barramentos a montante em Minas, apenas 21 foram desativados. Minas concentra 62% das estruturas desse tipo ainda ativas no país.
O novo cronograma foi fixado por Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) assinados entre o governo, Ministério Público e empresas, com o argumento de que uma drenagem apressada pode causar novos desastres.
Críticas vieram da deputada Beatriz Cerqueira (PT), que afirma que o governo Zema ignorou a Assembleia Legislativa ao mudar os prazos sem apresentar novo projeto de lei.
A deputada Bella Gonçalves (Psol) também denunciou que há descumprimento da lei, com barragens sendo ampliadas e populações sendo removidas de áreas de risco para burlar restrições legais.
Atenção e fiscalização da sociedade são fundamentais.