Produzido na pacata cidade de Córrego do Bom Jesus, no Sul de Minas, o azeite mineiro Grattacielo alcançou reconhecimento internacional ao conquistar quatro medalhas de ouro em dois prestigiados concursos mundiais de azeites em 2025.
O produto venceu em duas categorias no Evoo International Olive Oil Contest, realizado na Itália, e em mais duas no International Olive Oil Competition, promovido na Turquia.
O azeite mineiro Grattacielo se destaca entre os azeites mineiros que utilizam a estrutura do Campo Experimental da Epamig, em Maria da Fé, referência nacional em olivicultura e beneficiamento de azeites.
Nos concursos internacionais, os azeites são classificados por categorias como monovarietais, blends ou com infusões, sendo julgados rigorosamente por critérios sensoriais. A ausência de defeitos no aroma e no paladar é um dos requisitos primordiais para a conquista de medalhas. E foi exatamente nesse ponto que o azeite Grattacielo se sobressaiu, segundo os jurados.
Para o produtor Roner Naves, responsável pela marca, a premiação vem como uma consagração:
“É uma sensação indescritível. Uma alegria comparável à de ver um filho aprovado em uma grande universidade. Foi uma colheita menor, mas a qualidade compensou cada gota.”
O cenário positivo de 2025 contrasta com o ano anterior, quando 70% da produção foi perdida por conta da antracnose, uma grave doença fúngica que afeta os olivais, comprometendo a integridade dos frutos e alterando negativamente as propriedades sensoriais do azeite.
Intervenção da Epamig foi decisiva
A virada começou com a intervenção técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A instituição orientou o uso de fungicidas antes da infecção visível, adotando um manejo agronômico preventivo. A recomendação foi clara: não colher frutos contaminados para preservar a pureza sensorial do produto.
Segundo o próprio Roner:
“A visita da Epamig foi um divisor de águas. A análise criteriosa e as orientações desde a pós-colheita até a formação dos frutos transformaram a realidade da produção. Seguir as recomendações foi o segredo do sucesso desta safra.”
A pesquisadora Amanda Souza, pós-doutoranda da Epamig, destaca a importância do acompanhamento técnico:
“Nosso papel é garantir que o azeite venha de frutos saudáveis, com alto padrão de qualidade. Desde o plantio até a agroindustrialização, trabalhamos com protocolos científicos e assistência direta ao produtor.”
Amanda ressalta que o trabalho em rede — com pesquisadores, consultores e instituições parceiras — é essencial para levar o azeite mineiro ao topo de rankings internacionais onde qualidade sensorial e sustentabilidade são critérios determinantes.
Minas mostra força no cenário global
O caso do azeite mineiro Grattacielo não é apenas uma conquista isolada, mas um reflexo do potencial competitivo da olivicultura mineira. O Sul de Minas vem se consolidando como um dos principais polos produtores de azeite do país, graças à combinação entre condições climáticas ideais, tecnologia agroindustrial e suporte técnico científico de ponta, como o oferecido pela Epamig.
Com iniciativas como essa, Minas Gerais se projeta no mapa da excelência mundial do azeite de oliva, reforçando a imagem do estado como terra de qualidade, inovação e sabor genuinamente brasileiro
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