A Companhia de Saneamento de Minas Gerais Copasa anunciou um investimento robusto de R$ 1 bilhão para transformar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Onça, localizada em Belo Horizonte, na mais moderna e tecnologicamente avançada do Brasil. O empreendimento marca um divisor de águas no setor de saneamento básico brasileiro, com impacto direto na revitalização ambiental da Bacia do Rio das Velhas.
Investimento recorde para o saneamento
Durante a cerimônia realizada na sede da Copasa, o governador em exercício de Minas Gerais, Mateus Simões, destacou a importância histórica do projeto. “Estamos diante do maior investimento em infraestrutura de esgoto da Copasa nas últimas décadas. Esta obra não apenas expande a capacidade da ETE Onça, como também posiciona Minas Gerais na vanguarda da gestão hídrica nacional”, enfatizou.
Atualmente, a ETE Onça é responsável pelo tratamento de aproximadamente 1,8 mil litros por segundo de esgoto, atendendo mais da metade da população de Belo Horizonte e Contagem. Com a ampliação, essa capacidade subirá para 2,7 mil litros por segundo, permitindo maior eficiência e abrangência no atendimento.
Tratamento terciário: um salto de qualidade
O diferencial que eleva a ETE Onça ao patamar mais alto de eficiência é a incorporação do tratamento terciário. Trata-se de uma etapa avançada que vai além da remoção biológica de carga orgânica, com foco na retirada de nutrientes como nitrogênio e fósforo. Além disso, será implementado um sistema de desinfecção por radiação ultravioleta, tornando o efluente ainda mais limpo e seguro para o meio ambiente.
Essa modernização é estratégica para o cumprimento da Deliberação Normativa Conjunta Copam/CERH-MG nº 08/2022, que impõe exigências mais rigorosas sobre os padrões de lançamento de efluentes, incluindo a remoção de nitrogênio amoniacal.
Obra transformará região e gerará empregos
A magnitude da obra vai muito além dos números técnicos. O projeto terá impacto direto na geração de renda e no desenvolvimento regional, com a previsão de criação de aproximadamente 1,2 mil vagas de emprego, entre diretas e indiretas.
De acordo com o presidente da Copasa, Fernando Passalio, a obra simboliza o compromisso da companhia com a universalização do saneamento em Minas. “Estamos investindo para garantir serviços de qualidade em todos os 637 municípios sob concessão da Copasa. A ETE Onça é o primeiro passo dessa nova era de sustentabilidade e eficiência operacional”, afirmou.
Sustentabilidade além do tratamento
Outro ponto alto do projeto da Copasa é o foco na sustentabilidade e reaproveitamento de subprodutos. Estão previstas duas centrais de tratamento de lodo e a instalação de biodigestores anaeróbicos, que permitirão o reaproveitamento do biogás gerado e a utilização do lodo como fertilizante orgânico.
Essas tecnologias alinham a ETE Onça às melhores práticas ambientais do mundo, transformando resíduos em ativos sustentáveis.
Realidade aumentada para gestão inteligente
Como parte da inovação, o projeto também inclui a aplicação de ferramentas digitais, como maquetes 3D interativas, óculos de realidade virtual para visitas guiadas, e QR Codes em equipamentos que fornecem informações em tempo real. O sistema de cibersegurança também será reforçado, integrando tecnologia de ponta ao cotidiano operacional da estação.
A modernização também contemplará uma sala de controle de alta tecnologia, com monitores distribuídos ao longo da estação, telas supervisionadas e monitoramento remoto com diversos parâmetros analisados simultaneamente.
Inaugurada em 2006 e ampliada em 2010, a ETE Onça sempre teve papel fundamental no saneamento da região metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, atende cerca de 1,5 milhão de pessoas, sendo 51,07% da população da capital e 55,34% dos habitantes de Contagem.
A nova fase da estação representa um marco em seu legado. Mais do que um centro de tratamento, ela passa a ser um modelo de eficiência, sustentabilidade e responsabilidade social.
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