Idade Moderna
“Arte da Idade Moderna é o período da história da arte que corresponde à Idade Moderna, não devendo se confundir com o conceito de arte moderna, pois esta última corresponde a determinadas manifestações da arte contemporânea.” Wikipedia
A Idade Moderna situa-se entre os séculos XV e XVIII, marcada por uma revolução artística e pelo renascimento cultural.
Foi-se inaugurada uma nova era em oposição à idade Média.
Nesse período, marcado pela descoberta da América, os europeus desbravaram as novas terras solidificando o conceito de arte ocidental.
Os movimentos artísticos, como o Renascimento, Barroco, Neoclassicismo e Romantismo nasceram nesses momentos de luta e glória, cravando um conceito determinado por uma maior liberdade artística, onde o artista expunha seu trabalho livremente nos mercados de arte, em contrapartida ao trabalho de artesãos.
Apesar da arte religiosa ainda ser apreciada, para que houvesse garantia da pregação, obter a emoção dos fiéis e conservação dos dogmas por meio de imagens, os novos conceitos superaram as barreiras e se impuseram e progressivamente alcançaram um patamar de reconhecimento e liderança, culminando no movimento intelectual do Iluminismo, onde a razão predominava sobre a fé e os misticismos.
Características da arte:
Usavam de linguagem popular e coloquial, obras de figuras deformadas, de formas irreais, arbitrariedade no uso das cores e cenas sem lógica.
Promoção dos termos do cotidiano, uso de novos elementos e técnicas, desapego às regras formais de literatura, como por exemplo, a ausência de pontuação.
Destacaram-se a arquitetura, pintura, escultura, literatura, cinema e teatro, através da universalidade do homem, como eixo principal dos movimentos artísticos.
Na pintura, aplicava-se as leis da perspectiva e o estudo da natureza. O pintor para ser reconhecido, deveria ter conhecimento de teologia, mitologia e história, concentrando sua obra no ser humano.
Houve a introdução da pintura profana.
O Barroco foi a arte mais representativa desse período, uma antítese da Renascença, caracterizado por ser visualmente ornamentado, longe da simplicidade.
O Renascimento ou Renascença (século XIV ao XVII) surgiu para propagar a ascensão do individualismo, sendo o homem reconhecido não só como um individuo espiritual, mas consciente de si mesmo. Foi cenário de grandes artistas e grandes obras, marcado por um período de importante efervescência cultural na Europa.
Esses artistas tiveram papel importante nesse cenário, através da valorização do homem e da ciência, com obras impactantes e marcadas pelas características da época. Até hoje são obras altamente valorizadas e contribuem significativamente para os estudos e compreensão da evolução da arte.
Usavam de recursos como a simetria, equilíbrio, perspectiva e inspirados pelo ideal da beleza clássica da cultura greco-romana.
Os artistas mais expressivos foram: Leonardo da Vinci (1452-1519), Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Rafael Sanzio (1483-1520), Donatello (1386?-1466), Sandro Boticcelli (1446-1510), Ticiano (1485-1576) e Tintoretto (1518-1594).
- Leonardo da Vinci – foi o artista mais representativo do renascimento italiano, com diversas habilidades artísticas e cientifica, indivíduo de talentos múltiplos, que irradiava saber. Suas obras de extrema beleza e perfeição o nomeavam um gênio da arte, sendo difícil compreender tamanha excepcionalidade. Era um pesquisador implacável, em várias modalidades: engenharia, arquitetura, urbanismo, hidráulica, matemática, geologia e química, com maior destaque nas artes. Morreu com 67 anos, na França.
Sua obra mais famosa é Mona Lisa – originalmente La Gioconda. Encontra-se hoje no Museu do Louvre. É uma tela pequena (77x56cm) e retrata uma moça da região de Florença. É de um realismo impressionante, harmônico e com uma atmosfera misteriosa. Foi utilizada a técnica do sfumato, desenvolvida por ele, em que os degradês de luz são feitos suavemente, conferindo maior fidelidade ao efeito de profundidade.
- Michelangelo Buonarroti – foi também um dos maiores nomes do renascimento, na ultima fase da Renascença, o Cinquecentto, ocorrida a partir de 1500. Em sua arte se traduz toda a sensibilidade e destreza na representação do ser humano. Aos 13 anos já tinha noção de técnicas de pintura de afrescos e desenhos. Se inspirou em nomes como Giotto, Massaccio e Donatello. Pesquisou sobre anatomia humana, analisou cadáveres e fez desenhos de suas observações. Produziu arte em pintura, escultura, arquitetura e por tão grande talento, recebeu o apelido de O Divino. Faleceu aos 88 anos.
Pietá é uma escultura em mármore, feita em 1499 com dimensões de 174x195cm, podendo ser vista na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Davi e os afrescos da Capela Sistina compõe o acervo monumental desse grande artista.
- Rafael Sanzio – artista que desenvolveu algumas características da pintura renascentista através do equilíbrio das formas, cores e composição, utilizando com maestria a simetria das formas. Pintou imagens da Virgem Maria (as Madonas) com doçura e espontaneidade, projetando nessa arte a sua personalidade. Realizou muitos trabalhos para o Vaticano. Faleceu aos 37 anos.
A Escola de Atenas é uma de suas obras de maior destaque, feita em um painel de 770x550cm e encontra-se no Palácio do Vaticano.
- Donatello – considerado um dos mais célebres escultores de sua época, foi responsável por importantes mudanças artísticas no período Quatrocentto (século XV). Esculpiu muitas estátuas de santos e figuras bíblicas, de atmosfera humana, característica do período. Usou mármore e bronze produzindo obras de representação do corpo humano e dos gestos, primando pela excelência na elaboração dessas obras. Morreu em Florença.
David, uma de suas obras mais notáveis, foi feita de bronze, representando a passagem bíblica em que David executa o gigante Golias. Retrata um jovem nu que carrega uma espada e uma pedra em cada mão e tem a cabeça de seu inimigo aos seus pés.
- Sandro Boticcelli – natural de Florença, foi um artista renomado do século XV. Em suas obras, representava cenas bíblicas e mitológicas, em figuras que possuem a beleza de divindades combinadas com certa melancolia.
O Nascimento de Vênus (Nascita di Venere) foi seu maior destaque em que retrata a cena mitológica do surgimento da deusa do amor, Vênus, que emerge de uma concha enquanto cobre seu sexo com os cabelos. A jovem está em uma posição serena, sendo recebida com uma chuva de flores por entidades aladas e uma moça que a oferece um manto cor-de-rosa.
- Ticiano – consagrado pintor renascentista veneziano. Conhecia a arte de misturar cores com a mesma habilidade que Michelangelo conhecia o desenho, conferindo coerência e harmonia na composição delas. Em seus retratos transmitia a sensação de vivacidade das pessoas, exibida com olhares expressivos e poderosos. De vida longa, faleceu em Veneza, vitima da peste.
A assunção da Virgem é um de seus trabalhos de maior destaque, onde iniciou uma trajetória de reconhecimento, independência deixando um grande legado para o mundo das artes. A obra exibe a Virgem Maria subindo aos céus enquanto os apóstolos a observam.
- Tintoretto – pintor da segunda metade do século XV, expressão de um movimento conhecido como Maneirismo. Em cenas bíblicas e mitológicas, se opôs as maneiras como as formas e cores eram representadas, com simplicidade e beleza, mas sem emoção. Trouxe uma carga mais dramática em suas obras, com recursos de contraste marcante entre luz e sombra, gestos e movimentos e cores menos suaves. Criava tensão e emoção no espectador.
A última ceia evidencia seu estilo. Em uma cena bíblica, mostra Jesus em sua última refeição na companhia de seus discípulos. Essa composição tem grandes dimensões de 3,65×5,69m e está localizada em Veneza, na Basílica de San Giorgio Maggiore. O pintor utilizou de cores escuras que revelavam uma atmosfera sombria, mística e dramática. Os personagens apresentam uma aura luminosa, sobretudo Jesus, causando grande impacto visual.
Os temas Barroco e Renascimento serão explanados em textos posteriores, por merecerem maiores considerações.
A arte se mostra vasta e impactante nas mãos desses artistas consagrados e de suas obras, fruto da criatividade, da perfeição, do legado que deixaram para o futuro. Artistas e estudiosos olham para o passado e encontram as respostas para a cultura do presente.
Uma curiosidade na cultura do presente são as Tartarugas Ninja, que possuem o nome de quatro artistas renascentistas: Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello.
O desenho surgiu em quadrinhos, em 1984, criado por Kevin Eastman e Peter Laird como uma sátira a vários super-heróis e não encontrando um nome adequado para elas que soasse ninja, eles as nomearam com os nomes de seus próprios artistas favoritos.