O perfil de compras alimentícias foi modificado, conforme aponta um levantamento inédito, realizado pelo setor de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG). Segundo o estudo, 61,46% dos empresários mineiros dos segmentos do comércio varejista de hipermercados, supermercados e minimercados, mercearias e armazéns, notaram mudanças no consumo de alimentos após a pandemia.Os últimos anos trouxeram mudanças para dentro dos lares mineiros. A Covid-19 e a crise econômica foram alguns dos fatores responsáveis pela alteração no orçamento das famílias, que passaram a priorizar itens essenciais devido à alta do preço de, principalmente, alimentos e bebidas.
A pesquisa da Fecomércio MG, teve a participação de 384 empresas de Minas Gerais, e apontou ainda que, para a maioria dos entrevistados (39,32%), ocorreu uma piora na qualidade dos alimentos consumidos. Em contrapartida, 35,42% dos empresários destacaram que não perceberam nenhuma alteração no perfil de compras. “As restrições impostas e instabilidades ocasionadas pela crise do coronavírus fizeram com que as famílias tivessem que se planejar e estabelecer prioridades”, ressalta Gilson de Deus Lopes, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Belo Horizonte – Sincovaga BH.
É possível perceber que essa tendência continua, quando se observa o cenário atual. Mesmo com a redução dos casos de Covid-19, a população mineira tem se deparado com outros dificultadores, como o período eleitoral e o aumento da inflação. Dessa forma, a pesquisa aponta que 66,93% dos empresários identificam que os consumidores seguem priorizando alguns itens na lista de compras, com destaque para a alimentação básica, como arroz e feijão.
A substituição de produtos também pode ser notada, segundo a pesquisa. É possível reparar que já existe um aumento de procura por esse tipo de produto para 33,59% dos empresários.Em relação a produtos como o soro de leite, por exemplo, a fim de substituir o leite e a mistura láctea no lugar do leite condensado, é possível reparar que já existe um aumento de procura por esse tipo de produto para 33,59% dos empresários. No entanto, quase 60% dos entrevistados não perceberam uma adesão desse tipo de produtos, de acordo com o levantamento da Federação.
O estudo, realizado entre os dias 8 e 26 de agosto, também identificou que grande parte das empresas já atua com o e-commerce (49,48%). O economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, ressalta que, para aquelas que ainda não adotaram esse modelo, o motivo que mais sobressaiu é o fato de serem empresas pequenas, o que dificulta atuar dessa forma, além da falta de mão de obra especializada. “Vale destacar que 2022 tem sido considerado o ano de retomada. Apesar de o comércio e os consumidores ainda enfrentarem diversas instabilidades, a expectativa é de que o cenário apresente melhorias no ano que vem”, finaliza.