Foto: Multicom do Brasil – Artista Lipton.
Alô a todos!
Hoje, em vez de causar confusão com qualquer assunto, resolvi fazer uma autoanálise. Uma espécie de reconhecimento da minha insignificância (ou não) já que, graças a Deus deixo um legado positivo da minha existência. Mas… antes disso errei muito.
Vamos começar a peleja: – Eu, com 7 anos, andando pelas ruas do interior de Minas, me deparei com um cavalo que tinha caído em um buraco e estava com as duas patas dianteiras quebradas. Do alto da minha infantilidade, costurei com meus amigos: – Vamos sacrificar o bicho. Ele está sofrendo muito. Fui rapidamente na casa do meu avô, e já que sabia onde ficavam as armas dele (todas registradas, mesmo naquela época) peguei um Schmidt Wesson 45, vi que estava carregado, voltei no local e tratei de dar um fim à dor equina: Um tiro bem no meio da testa. Se fosse nos dias atuais, é provável que fizessem uma autópsia no cavalo e eu responderia um processo que me mandaria para uma casa de detenção.
Mas, nem só de atos arteiros, azougados, buliçosos, danados eu vivi minha infância. Tomei duras “coças” de quem me amava e que hoje sinto saudade. Não era crime educar os filhos como hoje.
Vamos às profissões que exerci durante essa longa trajetória (nem tão longa assim): Comecei minha vida profissional aos 10 anos como engraxate em uma barbearia que havia ao lado da minha casa (uma casa tão grande que a gente brincava de bicicleta na cozinha). E como engraxate aprendi a tirar as coisas e colocar as coisas no lugar, porque se ficasse uma escova, um “nugget, uma tinta fora do lugar, eu levava uma bronca do seu Joaquim barbeiro.
Depois, já crescidinho, com 13 anos, fui auxiliar de atendente no extinto Funrural, onde meu pai era o responsável e ai …, mas ai mesmo, se as sete horas da manhã eu não estivesse na porta abrindo o cadeado e organizando a fila dos atendimentos médicos.
E olha… eu trabalhava direitinho. Tanto que com 14 anos fui chamado para trabalhar na farmácia interna da Santa Casa. Era um serviço de responsa, em que eu JAMAIS poderia cometer um erro, mesmo que fosse mínimo. Afinal, eram os internos que seriam as vítimas. Aos 16 anos, passei em um dos primeiros lugares para o concurso da famosa Minas Caixa. Era como se eu tivesse passado em um vestibular – pelo menos é o que a minha família achava.
Fui transferido da Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais para uma outra cidade, onde brigava muito com os colegas de profissão (alguns, é claro), chegando ao ponto de ser suspenso por insubordinação.
Aí começou a confusão. Fui locutor de rádio, repórter de pista, colunista de jornal, entrei para a Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, e até ser efetivado, fui gerente comercial de uma empresa de conservação, depois fui assessor político, professor, treinador de natação, vôlei e handebol, fiz faculdade, mestrado, fiz campanhas de marketing para “n” políticos, desde prefeitos até Senadores, passando por Governadores, proprietário de empresas de comunicação, fui mídia de uma grande agência do Estado de Minas Gerais (nem sei se existe ainda o cargo de mídia), Diretor Executivo da Rede Mineira de Rádio, chefe do gabinete civil de um vice-governador do Estado, proprietário de empresa de pesquisa, gerente nacional de marketing de um laboratório de medicamentos, operador de teleprompter da extinta T.V. Manchete, garçom, vendedor de imóveis, palestrante, e hoje sou um senhor, jovem a mais tempo que muitos que se atreveu a ter um filho (aliás, tive QUATRO), plantar uma árvore e escrever um livro, (DOIS na verdade), fiz amigos, inimigos, enfim… vivi… me movimentei… porque se a gente não se movimenta as coisas não acontecem. E me arrependi muito de coisas que NÃO fiz. Das que fiz, nunca me arrependi. E aprendi: Somos comandantes do nosso navio. Engenheiros da nossa obra. Donos do que deixamos e de nada mais.
Até a próxima semana!
José Francisco Resende
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