intacta flor
apenas penso e
sem saber como crio
quando percebo
escrevo
embora um tanto arredio
por vezes não percebo nada
e escrevo ainda assim
às vezes de ti
às vezes de mim
invariavelmente é madrugada
depois de findo
leio e reviso o enredo
releio com calma
mas não sem dor
não sem medo
antes de concluido
leio à alma o que escrevi
leio penando
a procura do sentido
que me conduziu até ali
difícil ficar alheio
tudo bole
tudo impacta
tudo interfere na flor
até então intacta
mas pronto
aquilo que nem existia
que no sense –
de um modo triste existe
porém já não mais me pertence.
J.Café
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