Justiça mineira suspende pedido de recuperação da 123 Milhas
O pedido de recuperação judicial da 123milhas foi suspenso, provisoriamente pela Justiça de Minas Gerais. A decisão foi tomada ontem, terça-feira, após um recurso apresentado pelo Banco do Brasil, que é o maior credor da empresa.
A decisão é assinada pelo desembargador Alexandre Victor de Carvalho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O Banco do Brasil argumentou que os documentos apresentados pela 123milhas ao solicitar a recuperação judicial “não observaram as prescrições legais aplicáveis, que asseguram aos credores, stakeholders, Ministério Público e demais interessados na recuperação judicial o conhecimento necessário e suficiente das informações gerenciais, econômicas e financeiras da empresa, indispensáveis ao adequado exercício dos direitos que lhes competem para defesa dos seus direitos”.
A recuperação judicial tem ‘três etapas’ e clientes devem demorar anos para receber.
O magistrado, segundo o itatiaia.com deferiu, em parte, o pedido urgente do Banco do Brasil “confirmando a suspensão provisória da recuperação judicial” até que a 123milhas passe por constatação prévia. O processo tem o objetivo de verificar o funcionamento da empresa e a análise dos documentos apresentados na instrução do pedido.
Mesmo com a suspensão provisória da recuperação judicial, as cobranças e pagamentos de consumidores devem seguir suspensas, já que o desembargador decidiu manter o período de blindagem da empresa.
No recurso, o Banco do Brasil também pedia a destituição dos administradores judiciais, ou seja, os dois escritórios de advocacia responsáveis pelo processo de recuperação judicial da 123milhas. O pedido foi negado neste momento e, segundo o magistrado, só deve ser avaliado após o resultado da constatação prévia. O Ministério Público mineiro já havia questionado a escolha de um dos advogados, que teria atuado anteriormente como assessor de um advogado da agência de viagens. O pagamento dos dois escritórios foi temporariamente suspenso pela Justiça.
Em nota, o Banco do Brasil informou que não vai comentar o assunto.