PF quer aprofundar nas investigações de delação premiada.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para investigar o senador Sergio Moro, do partido União Brasil-PR.
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), após apurações da Polícia Federal (PF) indicarem a necessidade de aprofundar as investigações relacionadas a uma delação premiada negociada por Moro quando ele era juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
O inquérito foi autorizado por Dias Toffoli a pedido da PGR.
As investigações visam apurar supostas irregularidades em uma delação premiada negociada por Moro enquanto ele era juiz.
O caso tem a ver com um acordo de colaboração premiada firmado em 2004 pelo empresário Tony Garcia, ex-deputado estadual do Paraná.
Garcia alega ter sido ameaçado por Moro e coagido a colaborar na obtenção de provas contra políticos e figuras proeminentes, principalmente ligadas ao PT.
Garcia, em depoimento à PF, relatou as supostas chantagens e afirmou que as informações foram repassadas à juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro na 13ª Vara Federal.
A PGR, em seu pedido ao STF, alega que os relatos de Garcia indicam um “desvirtuamento das decisões” na Operação Lava Jato.
As condutas relatadas apontam para possíveis crimes, incluindo concussão, fraude processual, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Sergio Moro afirmou, em nota, que sua defesa ainda não teve acesso aos autos do processo.
Ele nega qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás e refuta os fatos afirmados por Tony Garcia, incluindo a alegação de que não cometeu crimes no Consórcio Garibaldi.
O inquérito visa aprofundar as alegações feitas por Tony Garcia e entender se houve irregularidades durante a atuação de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba.
Moro, por sua vez, nega as acusações e reitera a legalidade de suas ações no passado.