Tragédia de Brumadinho completa cinco anos sem nenhuma prisão

Cinco anos Tragedia Brumadinho 25 1 24 Balcao News Tania Rego Cinco anos Tragedia Brumadinho 25 1 24 Balcao News Tania Rego
As famílias das vítimas contabilizam 272 mortes, considerando que duas mulheres estavam grávidas. Três permanecem desaparecidos. Foto: Tânia Rêgo/ Agência Br.

Para Polícia Federal, Vale sabia dos riscos de rompimento.

O delegado da Polícia Federal, Cristiano Campidelli, afirmou que há provas de que o então presidente da Vale, Fábio Schvartsman, tinha conhecimento dos riscos de rompimento da barragem em Brumadinho e não tomou as devidas providências.

Campidelli destacou que Schvartsman estava presente em um painel onde foi discutida a precariedade da estrutura que colapsou.

A tragédia de Brumadinho, que ocorreu há exatos cinco anos, resultou no despejo de milhões de metros cúbicos de rejeitos no ambiente, causando devastação ambiental e poluição na bacia do Rio Paraopeba, além de soterrar 270 pessoas.

As famílias das vítimas contabilizam 272 mortes, considerando que duas mulheres estavam grávidas.

Fábio Schvartsman é réu no processo criminal, junto com outros 10 ligados à Vale e mais cinco vinculados à empresa alemã Tüv Süd, que assinou o laudo de estabilidade da barragem.

Eles respondem por homicídio doloso qualificado e por diversos crimes ambientais.

A defesa de Schvartsman, segundo a Agência Brasil busca o trancamento da ação penal por meio de um habeas corpus, alegando falta de justa causa.

Segundo a defesa, não é possível imputar ao ex-presidente da Vale nenhum ato ou omissão que tenha levado ao rompimento da barragem.

A PF indicou que Schvartsman estava ciente dos riscos, citando a presença dele em um painel que discutiu a estrutura.

Campidelli também destacou um e-mail anônimo recebido por Schvartsman alertando para a precariedade de algumas barragens.

Em vez de investigar a denúncia, o ex-presidente determinou que fossem usados recursos de tecnologia da informação para identificar o denunciante, chamando-o de “cancro”.

O delegado fez referência ao caso de Mariana em 2015, onde o trancamento do processo resultou em apenas alguns réus respondendo por crimes ambientais, sem condenação por homicídio.

A defesa de Schvartsman optou por não comentar o caso, considerando o andamento do julgamento do habeas corpus.

Mais de 23 mil atingidos pelo rompimento da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, em Minas Gerais, fecharam acordos de indenização com a mineradora.

Os dados são das instituições de Justiça e foram apresentados na última sexta-feira, dia 19, quando o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) organizou uma prestação pública de contas.

No evento, foi feito um balanço dos três anos de implementação do acordo de reparação.ebcebc

Mantenha-se atualizado com as notícias mais importantes

Ao pressionar o botão Inscrever-se, você confirma que leu e concorda com nossos Termos de Uso e as nossas Políticas de Privacidade