Quem nunca sonhou em ter um Porsche para desfilar por aí?! A empresa alemã fundada em 1931 desde o final de 2018 passou a ter um endereço exclusivo em Belo Horizonte, aproximando ainda mais os mineiros desta realização. O Grupo Bamaq inaugurou o Porsche Center BH, a primeira concessionária da marca em Minas Gerais.
O Balcão News foi até a Av. Raja Gabaglia, endereço onde fica localizado o centro, para bater um papo com o gerente geral Marcelo Rohlfs. Aos 50 anos o administrador comemora a oportunidade de trabalhar em uma empresa que realiza sonhos de muitos apaixonados por automóveis. Em uma conversa rodeada dos modelos de mais alto luxo que a Porsche oferece, Rohlfs destacou o compromisso da marca com seus clientes, analisou o cenário atual, comemorou as ótimas vendas no ano passado (mesmo em meio a pandemia do Covid-19) e explicou o motivo de um fato que chama bastante atenção: existir uma extensa fila para a compra de um Porsche em BH.
BN: Como foi a inauguração do centro em BH e se a chegada na capital mineira cumpriu as expectativas do grupo.
Marcelo Rohlfs: A marca até 2018 não tinha representante em BH, e existia uma grande expectativa para chegada na capital mineira, pela demanda do cliente Porsche em ter um apoio no pós venda, e por muitas pessoas não terem ainda o acesso a marca. Ouvia-se falar da Porsche, criava-se uma expectativa, mas não existia um contato direto. Iniciamos a atuação e esperávamos vender entre 12 a 15 carros, e já em março do ano passado, na pré-pandemia chegamos a média de 23 carros por mês. O ticket médio aqui gira em torno de 500 mil a 550 mil reais, com modelos variando entre 370 mil a 2 milhoes e 300 mil reais.
BN: Na sua opinião, quais são os principais fatores que colocam a Porsche como uma das principais marcas do mundo, despertando o desejo de milhões de pessoas?
Marcelo Rohlfs: A Porsche respeita muito duas características fundamentais na preservação da marca e no respeito ao cliente. Uma delas é a política de precificação, onde o preço é real e justo em todos os seus produtos, evitando lançamento de carros com um valor mais alto que o real, o que acaba gerando uma demanda imediata por se tratar da novidade e depois descontos progressivos derrubando o valor inicial para manter venda. O segundo ponto que destaco é que ela sempre vai fabricar menos carro que o mercado demanda. Sempre vai faltar carro. Para comprar o interessado vem a Porsche Center, enviamos seus dados para a Alemanha juntamente com o modelo escolhido por ele. Na hora de fazer a distribuição ela vai atrás de quem tem demanda nos diversos países do mundo, e quem não tem, fica sem receber carros. A Porsche não se preocupa em fazer estoque em concessionária, e a consequência disso é a demanda de pedidos, no popular, a famosa fila.
A Porsche não revoluciona, ela evolui.
É um carro onde não existe um igual ao outro, são 100% customizados de acordo com a preferência do cliente, ou seja, você leva o que realmente quer, o seu veículo é feito para você. Isso faz com que os interessados esperem para ter o carro exclusivo dele, além de ser um sonho de consumo de muitos.
Vale destacar também a valorização do carro quando usado, pois a Porsche mantem o DNA dela. Um exemplo é o 911, que desde 1963 é o mesmo carro, a mesma linha, mesmas proporções, curva do teto com a traseira é a mesma, característica do capô mais baixo e sobressalto dos para-lamas com faróis em destaque. Isso vale para toda a linha. É a única que um leigo consegue identificar. A prova disso é que o carro mantém seu valor, ou seja, os modelos antigos estão sendo negociados com valores próximos de um novo. Tudo isso faz com que o veículo segure o valor e torna-se um objeto de desejo.
BN: No segundo ano de atuação de vocês em BH, chegou a pandemia. Você nos contou que as vendas aumentaram justamente neste período. Qual a justificativa?
Marcelo Rohlfs: De março para dezembro tivemos uma média de 38 vendas/mês, muito mais do que o comum. Um dos fatores que destaco é que a Porsche em dois anos segurou o preço dela (de janeiro de 2019 ao final do ano passado). Um carro nunca foi um ativo, mas com a pouca perda de valor do carro Porsche e o momento da nossa economia, os nossos clientes conseguiram unir o prazer da vida (adquirir um veículo) e vislumbrando a possibilidade de ter um retorno sobre ele. Outra situação que nos atentamos é que clientes do nosso perfil que viajavam, uma ou duas vezes no ano com custos elevados, foram impedidos de viajar. Uma das escolhas para não deixar de investir no seu lazer foi comprar um dos nossos modelos. E paralelamente, envolto a tudo isso, a vontade de não esperar mais para realizar um sonho antigo em um cenário inesperado e cheio de incertezas.
BN: Muitas vendas resultaram em um fato bastante curioso, a existência de uma enorme fila a espera do Porsche. Como explicar?
Marcelo Rohlfs: Com uma procura absurda e sem aumentar a produção tradicional, surgiram as filas para comprar o veículo. Hoje temos ao todo 340 pessoas a espera do seu Porsche, para todos os modelos da marca, sendo que alguns só deverão ser entregues em 2022.
BN: Com um novo cenário se aproximando, quais são as expectativas da Porsche Center BH para 2021?
Marcelo Rohlfs: Com o aumento de valor este ano, muitas pessoas estão deixando a fila e abrindo mão da compra. Isto é consequência do preço em que trabalhávamos nos últimos dois anos. Eram valores mais baixos para um produto de altíssima qualidade, com isso alguns compradores que estavam em busca de adquirir o veículo para revender estão perdendo a expectativa de ganhar dinheiro. Esse não é o objetivo da Porsche, que busca sempre o consumidor final. Acredito que até o meio do ano vamos equilibrar, com a lista de espera existindo em menor quantidade, e valorização do carro não tão alta como atualmente.