Aumento da fluidez no trânsito local, plantio de árvores, instalação de uma ciclovia que irá se conectar a rotas cicloviárias já existentes em Lourdes e Santa Efigênia e mais segurança para os pedestres e ciclistas. Estes foram alguns dos benefícios enumerados por representantes da Prefeitura sobre o projeto de revitalização da Avenida Afonso Pena em audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Durante a audiência solicitada por vereadores do Partido Novo, houve apresentação técnica das modificações previstas e depoimento dos comerciantes da região que sofrerá intervenções.Eles reclamaram não terem tido conhecimento prévio do que será feito, nem das datas e etapas previstas, o que pode prejudicar as vendas locais.
Os parlamentares reforçaram a necessidade de apresentação prévia desse tipo de intervenção para toda a sociedade, de modo que o Executivo possa receber contribuições diversas. Os vereadores também enfatizaram que, embora se trate de um projeto de mobilidade urbana, ele tem implicações variadas para quem reside, comercializa ou transita no local. Representantes da Prefeitura disseram que a previsão de início das obras é 2023.
Eles também se comprometeram a ampliar o diálogo para aperfeiçoar o projeto, que tem custo aproximado de R$ 20 milhões e prevê a instalação de mais de 4km de faixas exclusivas e preferenciais para ônibus, além de tratamento paisagístico com irrigação diferenciada, tratamento das calçadas com normas de prioridade e acessibilidade universal, privilegiando o deslocamento a pé.
Além disso, serão implantadas faixas exclusivas e preferenciais para o transporte coletivo, num trecho de 4,2 km que vai da Praça Rio Branco à Praça da Bandeira.O projeto de revitalização da Avenida Afonso Pena, que foi anunciado no último dia 3 de agosto pela PBH, terá um custo aproximado de 20 milhões. Na audiência, os vereadores também quiseram saber como a Prefeitura irá gastar esse dinheiro.
Participaram também dao debate representantes da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura; da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob-BH); da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e da coordenadoria de Atendimento Regional Centro-Sul. O diretor de Planejamento e Informação da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), Gustavo Kummer, afirmou haver espaço para melhorar o projeto, que nasceu do Plano de Mobilidade e foi incorporado ao Plano Diretor. O plano traz projetos executivos de vários quilometros de faixas de ônibus e ciclovias e inclui a consulta a diversos setores da sociedade, entre eles o GT Pedala e a Câmara de Dirigentes Lojistas de BH (CDL-BH), além de associação de comerciantes da região. Kummer disse que a previsão de início de implementação é 2023, para não prejudicar a atividade comercial de fim de ano.
O diretor explicou que serão implementados cinco novos pontos de ônibus no trecho a ser reformado, para redistribuição de linhas, além de trechos de faixa exclusiva ou preferencial para os ônibus em horários de pico, nas áreas próximas às calçadas.Também será instalada uma ciclovia no eixo central da avenida, que ora estará nos dois lados do canteiro, ora estará sobre o canteiro central. Essa ciclovia fará a conexão com seis rotas cicloviárias existentes. A Avenida Afonso Pena também irá receber um novo projeto paisagístico, com o plantio de 52 árvores, entre elas três jequitibás rosa, e supressão de 15, com reformas pontuais nas calçadas para melhoria da acessibilidade dos pedestres. Gustavo Kummer também mostrou uma simulação de como ficará a Praça Sete, com a ciclovia em destaque, e um trecho em que será instalada uma mureta para coibir o trânsito de pedestres.O diretor reforçou que serão instaladas ilhas de atravessamento para segurança do pedestre e do ciclista.
Os resultados esperados são o aumento de cerca de 47% da velocidade dos ônibus no sentido Bairro Centro e de 11% no sentido inverso, além de 50% da velocidade média do tráfego em geral, o que ocasionará uma redução do tempo de espera e de viagem do transporte urbano. A analista de transporte da BHTrans, Jussara Bellavinha, pontuou modificações que serão feitas na Praça ABC para aumentar a fluidez no trânsito de toda a Avenida Afonso Pena. “Tirando a Av. Amazonas, que conta com tráfego de 630 ônibus em horários de pico, a Av. Afonso Pena é a que tem mais volume de tráfego, com 600 ônibus no mesmo período. O objetivo das intervenções é melhorar o desempenho do transporte coletivo”, disse.