O segundo semestre tem duas datas importantes para o comércio, e se torna um canal de novas oportunidades de negócios. Com mais dinheiro circulando e mais movimento nas lojas, também crescem as chances de se conquistar um emprego temporário. O que pode ser comprovado pela Pesquisa “Contratação de Temporários 2022”, elaborada pelo Núcleo de Estudos Econômicos, da Fecomércio MG. Neste último trimestre, 14,8% dos empresários de Minas Gerais responderam que pretendem contratar funcionários por período determinado, 2,1 pontos percentuais acima da intenção de 2021 (12,7%).
Os resultados da pesquisa de opinião batem com um estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). A entidade projeta a maior oferta de vagas temporárias de fim de ano dos últimos 9 anos. Nacionalmente, 109,4 mil trabalhadores devem ser contratados por tempo determinado. Minas Gerais, por sua vez, deverá responder por 12,24 mil contratações.
A oferta de vagas será maior ou igual ao ano passado para 50,9% dos entrevistados abordados pela pesquisa da Fecomércio MG. O cargo de vendedor lidera a lista das prováveis contratações, com (77,19%), seguidos pelos operadores de caixa (22,81%) e estoquistas (15,79%).
Ao todo, 42,2% das empresas possuem uma perspectiva elevada para efetivação de funcionários, que ocorrerá, principalmente, em janeiro de 2023.
O Coordenador de Estudos Econômicos da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida, observa que a proximidade da Black Friday e do Natal pode intensificar as contratações de temporários, embora esbarre em desafios macroeconômicos. “Temos no cenário uma pressão sobre o nível de preços, o que pode desestimular parcela do consumo familiar. Além disso, o efeito defasado do aumento dos juros no crédito, pode influenciar, principalmente, a compra por bens duráveis e semiduráveis. Com uma menor demanda, algumas empresas podem não ver necessidade de reforçar o quadro de funcionários com os temporários, preferindo a qualificação do quadro fixo. Ainda assim, para muitos segmentos, o maior fluxo, tradicional de fim de ano, deve beneficiar uma série de atividades, e, por consequência, gerar vagas por prazo determinado”.
Tradicionalmente, os segmentos de tecido, vestuário e calçados; supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; móveis e eletrodomésticos; e outros artigos de uso pessoal e doméstico, são aqueles com mais admissões projetadas.
Apesar de uma parcela dos empresários estar disposta a contratar, a maioria não encontra motivos para incrementar o quadro de pessoal (83,4%). Entre os principais fatores apontados pelos entrevistados estão a falta de movimento que justifique as contratações (55,9%), a não contratação de funcionários temporários para o período (27,0%) e a preferência por qualificar os efetivos (26,1%).
Além disso, 23,4% dos entrevistados apontaram a falta de experiência e/ou capacitação (18,8%) e a dificuldade de se encontrar profissionais sem o perfil adequado para a função (9,4%) como fatores que dificultam a contratação de funcionários temporários.