Representantes de entidades e empresas do setor de comércio e serviços da capital, se reuniram, ontem, na CDL BH, em uma rodada de apresentação e diálogo sobre os programas “Centro de Todo Mundo” e “Estamos Juntos”, que serão implementados ao longo dos próximos anos pela Prefeitura de BH. O secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Adriano Faria, a subsecretária de Relações Intragovernamentais, Beatriz Góes, o presidente Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), Claudius Pereira, participaram da conversa.
O encontro, que aconteceu a convite da CDL/BH teve como principal ponto a colaboração entre o poder público municipal e a sociedade civil organizada. “Estamos desenvolvendo várias ações para dar mais vida ao Centro de BH, para que as pessoas tenham cada vez mais vontade de vir passear, trabalhar, desenvolver seus negócios e até mesmo morar por aqui. Portanto, essa é uma oportunidade de expor, trocar ideias e ouvir sugestões de líderes que têm papel essencial para o sucesso dessas ações”, afirma Beatriz Góes.
O prefeito Fuad Noman havia anunciado no início deste mês o programa Centro de Todo Mundo, que pretende tornar a área central mais bonita, arborizada e acessível. A meta é ainda melhorar as opções de mobilidade, lazer, cultura, desenvolvimento e segurança. No encontro de ontem, foram apontadas alternativas para minimizar os impactos das obras e intervenções, sobretudo para as lojas de rua, além de sugestões para a mobilidade, segurança e para a situação das pessoas que vivem nas ruas.
Neste sentido, o secretário Adriano Faria detalhou os principais pontos da reestruturação do programa Estamos Juntos, que prevê a reinserção de 1.600 pessoas em situação de rua ou com trajetória de vida nas ruas ao mercado de trabalho, por meio do acolhimento socioemocional, da promoção da autonomia econômica, da qualificação e do incentivo ao empreendedorismo e à economia popular solidária.
“O Censo nos mostrou que 55% das pessoas que vivem nas ruas da nossa cidade, hoje, atribuem essa condição à falta de um trabalho assalariado. Essas pessoas, em geral, são alfabetizadas e a grande maioria delas têm idade média por volta dos 40 anos, portanto, têm capacidade produtiva e potencial de autonomia. Nos últimos meses, nos dedicamos a estudar, buscar referências e, por meio de diálogos como o de hoje, com o setor produtivo, temos certeza que vamos conseguir trazer mais dignidade às pessoas mais vulneráveis e dar condições para que elas saiam definitivamente das ruas”, explica Adriano Faria.
No último dia 10 de março, um edital de Chamamento Público foi publicado para selecionar uma Organização da Sociedade Civil (OSC), que será responsável pelas ações de sensibilização, acolhimento e capacitação para o mundo do trabalho planejadas pelo programa Estamos Juntos. A instituição selecionada cuidará também do encaminhamento ao mercado de trabalho e do monitoramento das ações realizadas com o público atendido pelo programa, em 2023 e 2024.
Selecionados nos abrigos municipais, os participantes vão iniciar o ciclo com uma formação socioemocional. Em seguida, cumprirão uma etapa de até 6 meses se dedicando a frentes de trabalho no Executivo Municipal, enquanto receberão um auxílio de R$540 por mês. Depois, serão incluídos em um banco de talentos para que possam ser contratados por parceiros da iniciativa privada. Todos os participantes continuarão sendo acompanhados pelo programa até quatro meses após serem contratados em definitivo pelas empresas.
Ainda dentro do programa, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em parceria com a Urbel, prevê a inclusão dos participantes do Estamos Juntos no Programa de Locação Social, para que eles possam obter nova moradia ao deixarem os abrigos.